Em seu depoimento à CPI Mista dos Correios, o empresário Marcos Valério
Fernandes de Souza informou que a SMP&B teve, em 2004, um faturamento da
ordem de R$ 200 milhões e disse que os saques em espécie feitos por ele, de
cerca de R$ 20 milhões, correspondem apenas a 4% desse faturamento. O
publicitário voltou a afirmar, também, que o dinheiro sacado era usado no
pagamento de pessoas jurídicas que prestavam serviços à empresa, assim como a
fornecedores.
Neste contexto, ele negou que seja pecuarista ou
proprietário de rebanhos de gado. Disse aos membros da comissão que a referência
a cabeças de gado foi feita por ele durante entrevista à revista Veja, a título
de elucidação. De acordo com Valério, durante a entrevista, ele indagou ao
repórter que o entrevistava se não acharia razoável que, se ele fosse comprar
cabeças de gado na cidade de Brasília de Minas, de onde o repórter é natural e
onde ninguém o conhece, não aceitassem um cheque dele (Valério). Valério disse
que deu essa explicação apenas a título de elucidação, e não como fato de que
ele tenha, realmente, comprado cabeças de gado. A exemplificação, ainda conforme
esclareceu, foi feita para explicar por que ele sacava dinheiro em espécie.