Brasília – O empresário Marcos Valério de Souza se comprometeu a entregar, na terça-feira (8), às comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs) dos Correios e da Compra de Votos todos os documentos referentes aos trabalhos executados pela DNA para a Visanet. Isso inclui "planilhas de despesas, notas fiscais, comprovantes de pagamentos e recibos bancários", segundo nota à imprensa distribuída hoje pelo empresário.
Na nota, o empresário classifica de "equivocadas, fantasiosas e inverídicas" as afirmações feitas ontem (3) pelo relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). De acordo com o deputado, a DNA Propaganda, empresa de Marcos Valério, recebia dinheiro da Visanet por trabalhos de publicidade e depois depositava a verba em bancos que, posteriormente, realizariam supostos empréstimos. O principal acionista da Visanet é o Banco do Brasil, com 32,5% do capital.
"Claro que entrou dinheiro da Visanet. A DNA tinha contas do Banco do Brasil", afirmou o advogado do empresário, Paulo Sérgio Abreu, em entrevista à Agência Brasil.
A nota diz que a DNA ficou encarregada de administrar a verba da Visanet, pagando todas as ações publicitárias e de marketing institucional da Bandeira Visa (cartões de crédito e de débito), porque atendia ao Banco do Brasil há mais de dez anos e, por isso, era a mais experiente em ações da instituição dentre as três agências que detinham a conta do BB (conquistada através de licitação).
A CPMI apurou que no período de 2003 a 2004, foram repassados à DNA R$ 73,8 milhões da Visanet. Segundo a CPMI, um único contrato repassou de R$ 35 milhões, que seriam adiantamento de pagamento, sem que o serviço estivesse executado. O advogado Paulo Sérgio Abreu afirmou, entretanto, que o repasse de dinheiro está todo documentado na CPMI. "Não sei os valores, mas está tudo aí em Brasília, tudo tranqüilo", destacou.
De acordo com a nota, para receber os R$ 35 milhões da Visanet, a DNA, "com autorização do Banco do Brasil, dada através de Nota Técnica, emitiu uma Nota Fiscal em nome da Companhia Brasileira de Meios de Pagamentos (razão social da Visanet)".
Para o advogado, as acusações de hoje são motivo de piada. "Está até gozado. Tudo que acontece é Marcos Valério, já está gerando até ciúmes entre os deputados". Em relação à constatação da CPMI de que o serviço da DNA não havia sido executado, quando foi pago, o advogado discordou. "A informação que tenho é de que o serviço foi feito", afirmou.