Brasília – O empresário Marcos Valério de Souza apresentou em agosto aos parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos uma lista contendo 75 nomes que teriam feito saques das contas de suas empresas durante a campanha do então candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, em 1998. Ele também afirmou que a dívida contraída pelo PSDB não foi saldada e que sofreu um prejuízo de R$ 9 milhões.
Valério também disse que considerava similares as operações de financiamento de campanhas eleitorais nas quais esteve envolvido em 1998 e em 2004. Na primeira, admitiu ter repassado recursos por meio de caixa 2 para a campanha de Azeredo. Quanto à segunda, ele disse ter atuado em conjunto com o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Hoje (19), o tesoureiro da campanha de Azeredo, Claudio Roberto Mourão da Silveira, confirmou na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios ter recebido empréstimos de R$ 11 milhões de Valério de Souza para financiar a campanha. Teriam sido dois empréstimos de R$ 9 milhões e de R$ 2 milhões. Desse dinheiro, segundo ele, R$ 1 milhão foi devolvido a Marcos Valério pago com recursos legalmente doados à campanha.
"Durante um período tive uma contabilidade paralela, uma caixa 2. Oficializei parte do dinheiro que recebi do Marcos Valério com recurso de outro doador". A campanha de Azeredo declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) gastos de R$ 8 milhões, mas Mourão disse que foram gastos R$ 20 milhões.