A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) tem promovido debates com governadores e prefeitos, no sentido de que a produção de ferro-gusa (um manufaturado derivado do minério de ferro) venha a ser feita usando 100% de carvão proveniente de florestas plantadas pela própria mineradora, em parceria com governos e clientes.
A medida reforça a intenção da empresa de desenvolver projeto de recuperação de áreas e reflorestamento na Amazônia e em outros estados onde atua na exploração de minério de ferro. Para o presidente da empresa, Roger Agnelli, essa é uma forma de mostrar ao mundo que o Brasil se propõe a exercer uma mineração que respeite o meio ambiente e o ecossistema de cada região.
Há poucos dias, Agnelli, entregou à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, um projeto de recuperação de áreas e reflorestamento da Amazônia desenvolvido pela mineradora.
"Como o consumo do carvão utilizado no processo de fabricação do ferro gusa é grande e se demora até sete anos para desenvolver uma floresta, estamos chamando governos e clientes na tentativa de liderar um processo para que, em um período de tempo relativamente curto, possamos ter 100% da produção de gusa (com carvão proveniente de) florestas plantadas".
Segundo Agnelli, a iniciativa gera emprego e renda. A idéia se divide em três partes: implementar contratos com grupos de pequenos e micros produtores que estão explorando terras em áreas que foram objetos de assentamento no passado e cujas famílias estão sem condições de viabilização econômica dessas terras; utilizar o médio e grande produtores agropecuários que passariam a destinar parte de suas terras ao plantio das florestas; e utilizar as próprias terras exploradas pela Vale nesse processo.
"Através de contratos nós garantiríamos a compra da madeira a ser produzida e ainda por cima respeitaríamos a vocação local, ao mesmo tempo partindo para outras atividades: o biodiesel, ou a produção de grãos de uma maneira geral", esclareceu.
