Dois dias depois de anunciar a compra da produtora de carvão australiana AMCI, por US$ 650 milhões, a Companhia Vale do Rio Doce entrou na reta final de mais um grande negócio. A Vale foi uma das quatro empresas selecionadas para participar da disputa pela mineradora indiana Sesa Goa, avaliada em mais de US$ 2 bilhões.
Além da Vale, participam da disputa a Arcelor Mittal (maior siderúrgica do mundo), a mineradora britânica Vedanta Resources e o grupo indiano Aditya Birla, que produz de tecidos a cimento.
O que está à venda são 51% das ações da Sesa Goa pertencentes à empresa japonesa Mitui. O vencedor do processo terá também que fazer uma oferta pública de aquisição de mais 20% da Sesa Goa para os acionistas da empresa.
A compra da AMCI e a disputa pela Sesa Goa ocorrem menos de dois meses depois de a Vale concluir a compra da mineradora canadense de níquel Inco, por US$ 18 bilhões. Segundo a Agência Estado apurou, a Vale tem outros negócios em vista. A mineradora estuda até uma eventual oferta pela segunda maior produtora mundial de alumínio, a Alcan. As ações da empresa canadense valem cerca de US$ 20 bilhões no mercado financeiro.
A disputa pela Sesa Goa deverá ser decidida rapidamente. As quatro empresas foram selecionadas entre as seis que tinham feito propostas em 19 de fevereiro e deverão receber autorização para visitar as plantas da mineradora indiana na segunda semana de março. A visita deve ocorrer antes da entrega de ofertas finais no final do próximo mês, segundo o jornal indiano Business Standard.
As ofertas das gigantes Anglo American e da anglo-australiana Rio Tinto foram rejeitadas, segundo o diário, que citou fontes próximas da operação
A Sesa Goa detém minas de minério de ferro nos Estados indianos de Goa, Karnataka e Orissa. Suas reservas são avaliadas em 150 milhões de toneladas de minério de ferro. Mais da metade de sua produção é exportada para China e Taiwan e 10% para o Japão..