Usuários estão indignados com ganância das concessionárias

A possibilidade de um novo aumento dos preços, previsto para 1º de dezembro, do pedágio cobrado pelas concessionárias que administram as rodovias paranaenses está causando indignação e desânimo entre os caminhoneiros que trabalham no transporte de mercadorias nas estradas paranaenses.

Apesar dos protestos de diversos setores produtivos do Estado, as concessionárias, mantendo sua postura gananciosa, protocolaram no Departamento de Estradas de Rodagem (DER) pedidos de aumentos que variam de 7,12 % a 18,52% para as 27 praças de pedágio

?Se continuar subindo dessa forma, vamos ter que guardar o caminhão e parar de trabalhar?, afirma o caminhoneiro Antônio de Oliveira, 52 anos que trabalha com frete há 20. ?As empresas não se importam com os caminhoneiros. Só querem saber do faturamento. É muita ganância?.

Segundo Oliveira, boa parte do que formaria o faturamento do transportador se converte em pedágio. Além disso, há a manutenção do caminhão e os impostos. O que sobra, o motorista usa para o sustento da casa e material escolar para o filho, que já teve de ser retirado do ensino particular. ?O que vou gastar agora, carregando em Paranaguá e fazendo frete até Ponta Grossa, seria o meu faturamento limpo?, lamenta.

Oliveira considera a possibilidade de parar de trabalhar com transporte, como fez há dois anos o caminhoneiro Odair dos Santos, 64 anos. Santos conta que voltou a trabalhar na área há dois meses e já sente o impacto das pesadas tarifas de pedágio cobradas pelas concessionárias.

?Estava parado há dois anos e o único valor que não subiu foi o frete. Há quatro anos cobramos o mesmo preço. Em compensação, para inviabilizar de vez o trabalho do caminhoneiro, o preço do óleo diesel não pára de subir. O preço cobrado pelas concessionárias de pedágio, então, nem se fala?, comenta indignado.

Paulo Souza, de 34 anos, é caminhoneiro autônomo e sonha em poder pagar a prestação de um pneu novo para o caminhão ? seu instrumento de trabalho há cerca de 18 anos.

?Estamos vindo de Cuiabá, no Mato Grosso, e até Paranaguá devemos gastar mais de R$ 100. O valor do frete está baixíssimo e o nosso lucro fica bastante prejudicado?, revela. ?Bem que eu estava precisando desse dinheiro do pedágio para dar entrada em pneus novos e outros serviços de manutenção do caminhão, mas não sobra?, desabafa.

A falta de dinheiro para manutenção do veículo e renovação da frota é uma reclamação constante. ?Não consigo trocar meu caminhão devido ao que gasto com pedágio. Pago R$ 82 reais no trecho entre Curitiba e Paranaguá. Nem todas as empresas para as quais presto serviço pagam a tarifa e, se faço algum trajeto descarregado, sai mesmo do meu bolso?, revela Marcos Ferrarini, 34.

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