Este ano, excepcionalmente, as usinas do Estado estarão antecipando em pelo menos um mês os trabalhos de corte da cana e produção industrial. A justificativa, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná – Alcopar, Anísio Tormena, é produzir álcool mais cedo para atender ao mercado.
“Trata-se de uma precaução em uma época de estoques baixos devido ao período de entressafra da cana, que termina em abril”, comentou Tormena, lembrando que o setor está respondendo também a um chamamento feito pelo presidente Lula, no final de janeiro, no sentido de agilizar a reposição dos estoques. O ano-safra da cana no Paraná, em condições normais, vai de meados de abril ao final de novembro.
Segunda-feira, duas unidades iniciam o processamento de cana: a Cocamar, com destilaria em São Tomé, e a Coocarol, em Rondon. Dia 24, outras quatro começam a movimentar a indústria: a Usaciga, em Cidade Gaúcha e mais três usinas do Grupo Santa Terezinha, nos municípios de Maringá, Ivaté e Tapejara. Em abril, o setor contará com mais 16 usinas em atividade, ficando apenas cinco para maio.
A diferença nas épocas de início da safra entre as empresas, segundo explicou o presidente da Alcopar, deve-se ao amadurecimento da cana-de-açúcar, que varia de região para região no Estado.
Com a antecipação dos trabalhos, a associação prevê que até o dia 30 de abril as usinas terão produzido 51,8 milhões de litros de álcool, volume suficiente para atender a demanda de quase um mês de consumo do Paraná.
Crescimento – Depois do declínio do setor no Paraná em 2000, provocado pelo longo período de crise verificado entre 1997 e 1999, e também a forte geada que destruiu grande parte dos canaviais no ano seguinte, a expansão da atividade sucroalcooleira vem sendo retomada nos últimos anos. A área cultivada com cana saltou de 293 mil hectares em 2000 para os atuais 333 mil hectares, que correspondem a 2,1% da área agricultável do Estado. Como conseqüência, a produção de matéria-prima cresceu 23,66% nesse período, o mesmo acontecendo com os volumes de álcool e açúcar. No ano passado, inclusive, a produção de açúcar bateu recorde histórico no Paraná, atingindo 1,469 milhão de toneladas. A recuperação desse setor foi rápida em função dos bons preços do produto no mercado internacional.
O álcool, no entanto, não cresceu no mesmo ritmo, segundo a Alcopar, porque não havia uma demanda tão intensa como agora. Em 2002, os aumentos constantes dos preços da gasolina e a expansão do consumo informal do produto, através da maior mistura à gasolina por parte dos próprios donos de veículos, contribuíram para diminuir os estoques e aumentar a produção em 2003.
As usinas e destilarias fazem do Paraná o segundo maior produtor brasileiro de álcool e açúcar, depois de São Paulo. Juntas, geram 70 mil empregos diretos e estão presentes com canaviais em 136 municípios.
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