Uribe autoriza paramilitares presos a fazer política

O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, autorizou os paramilitares a fazerem política de dentro da prisão. A autorização do mandatário colombiano foi dada em resposta a uma carta enviada pelos líderes das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), grupo de extrema direita responsável por 9 mil homicídios e crimes contra a humanidade. Na carta, os líderes pedem permissão para "ser incorporados ao livre jogo dos movimentos e partidos políticos" nas regiões que antes dominaram com armas. Uribe os autorizou a atuar desde a prisão de Itagüi, onde encontram-se detidos.

O presidente, no entanto, recordou os paramilitares de suas limitações constitucionais. Entre elas, a proibição de ocupar alguns cargos públicos até que suas penas sejam cumpridas. Falando à emissora de rádio La FM, Uribe afirmou que o processo de paz "não pode se reduzir meramente à parte judicial…eles (os paramilitares) devem receber permissão para esse exercício (o da política) com as limitações da lei. O que lhes solicitei é que enquanto não houver sentença, esse exercício seja feito de dentro de Itagüi".

Por sua vez, o alto comissário para a paz, Luis Carlos Restrepo, disse que tal possibilidade é "inadmissível". Segundo ele, o pedido mostra a "situação de desespero" em que se encontram os paramilitares depois de terem sido privados de seu poder e de sua liberdade.

"Algumas vezes o senhor Salvatore Mancuso me disse em reuniões que ele era chefe de um Estado regional; era assim que ele se sentia", afirmou Restrepo ao analisar a situação deste chefe paramilitar. Com a lei de justiça e paz, à qual se submeteram, os paramilitares podem aspirar a sentenças reduzidas de até oito anos de prisão. Sem esta legislação especial, eles estariam sujeitos a penas de até 40 anos de detenção.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo