Cerca de 700 vagas de trabalho para adolescentes em conflito com a lei deverão ser criadas em órgãos públicos até o final deste ano, por intermédio do ?Projeto Aprendiz?, do Instituto de Ação Social do Paraná (IASP), ligado à Secretaria do Trabalho. Destas, 300 destinam-se a Curitiba. Os adolescentes receberão meio salário mínimo e vale-transporte para trabalhar durante 20 horas semanais.
As universidades estaduais irão participar do projeto. De acordo com a coordenadora, Regina Bley, a responsabilidade das universidades estaduais, que já têm alguma experiência nesta área, será treinar os adolescentes para as funções exigidas por órgãos públicos. Esse treinamento, que dura de oito a nove meses, consiste em aulas teóricas e práticas sobre rotinas administrativas — por exemplo, noções de informática e de organização.
?Os adolescentes que já trabalham no projeto gostam de se sentir importantes. Eles vivenciam uma rotina que lhes dá novas perspectivas para o futuro?, diz. As universidades de Maringá (UEM) e de Ponta Grossa (UEPG) já têm projetos similares, mas com adolescentes não infratores. Essas instituições também deverão ser parceiras do IASP em dois seminários sobre erradicação do trabalho infantil e combate à violência.
Os eventos fazem parte de um trabalho maior do instituto, relacionado à capacitação dos conselhos tutelares e dos conselhos municipais nos direitos fundamentais da criança e do adolescente.
Como participar
Para participar do projeto o adolescente deverá estar estudando, ter renda familiar de até dois salarios mínimos e ter de 14 a 18 anos incompletos. Os adolescentes são inscritos no projeto pelas equipes técnicas que os acompanham, formadas, entre outros profissionais, por assistentes sociais.
Idealizado pelo Governo do Estado, o projeto tem apoio do Fundo da Infância e Adolescência (FIA), que é administrado pelo Conselho Regional da Criança e do Adolescente, deverá ter as universidades estaduais como parceiras.
O projeto foi implantado em março deste ano, com a contratação de 90 adolescentes infratores. Esses adolescentes estão trabalhando em órgãos da administração pública do Estado, aprendendo, na prática, funções próprias da área administrativa. A maioria dos adolescentes que participam do projeto é do sexo masculino.