Uma das propostas em evidência no projeto de reforma universitária a ser examinada pelo Congresso Nacional diz respeito à implantação de universidades em regiões menos desenvolvidas ou afastadas dos grandes centros populacionais. Ainda este ano, o Ministério da Educação tem planos de investir R$ 85 milhões na criação de novos campi universitários.
A distribuição de universidades federais pelo Brasil apresenta um quadro flagrante de desigualdade. Enquanto os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul têm enorme vantagem na quantidade de universidades federais em seus territórios, as cidades de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, na outra ponta, notabilizam-se pelo grande número de universidades ou faculdades privadas.
O projeto de reforma quer discutir com intensidade a relação obrigatória entre a expansão do número de universidades e a qualidade do ensino. A grande questão a ser definida, quaisquer que sejam os argumentos, é que não se pode mais aceitar a abertura de unidades de ensino superior sem o rigoroso preenchimento das exigências em termos de qualidade.
Para o atual ministro da Educação, Tarso Genro, o governo sinaliza com absoluta transparência a intenção de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino universitário e sua distribuição eqüitativa, ao anunciar a criação de dez novos campi.
Priorizar as regiões mais carentes com o ensino de terceiro grau é uma das metas sociais do governo Lula. Analisado o panorama atual do ensino universitário, percebe-se que o setor privado tem pouco interesse pela abertura de cursos necessariamente projetados para o desenvolvimento nacional.
Nos planos do MEC está a criação de três novas universidades: Grande Dourados (MS), Universidade Federal do ABC (SP) e Universidade do Recôncavo Baiano (BA). Além disso, haverá a implantação de dez campi avançados das universidades federais do Acre, Pará, Bahia, Pernambuco, Fluminense, Rural do Rio de Janeiro, São Paulo, Sorocaba e Paraná.