Universidade Estadual de Maringá esclarece caso do Captopril

O reitor da Universidade Estadual de Maringá, Gilberto Pavanelli, e a coordenadora do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Medicamentos e Cosméticos (Lepemc), Elza Kimura, informam que foram adotadas todas as medidas necessárias em relação aos três lotes do medicamento Captopril que apresentaram alteração. São eles nº 030803, 031201 e 031204.

A UEM recolheu todos eles, tão logo tomou conhecimento do fato e realizou estudo e a reanálise dos produtos de referência armazenado no laboratório. Após investigação das prováveis falhas foi detectado que o papel da embalagem (papel Kraft com filme de polietileno) não estava oferecendo a proteção adequada ao produto, favorecendo a decomposição do disulfeto de Captopril. A Universidade vai disponibilizar às prefeituras e ao Ministério da Saúde (MS) nova remessa e mais, foi além do que foi determinado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): recolherá também os outros lotes do medicamento para análise.

A Anvisa detectou alteração no cheiro e no teor do princípio ativo do produto. Kimura salienta que esse fato ocorreu em razão da embalagem, pois todos os lotes saíram da Instituição dentro das especificações exigidas, tanto em relação ao princípio ativo como na sua formulação e apresentação. Os lotes podem ter apresentado alteração pela exposição à umidade provocando aumento da degradação e diminuição do princípio ativo. Mas os técnicos do Lepemc apontam que não há o risco de alguém ter ingerido o medicamento nessas condições, pois ele apresenta um odor muito forte.

Além do recolhimento dos lotes, a UEM ainda está solicitando à Anvisa a alteração da embalagem de papel e polietileno para o de alumínio e de excipiente (são os outros componentes que vão junto com o princípio ativo e auxiliam na formação do comprimido), bem como realizando o recall para recolher os outros lotes em embalagem de papel. A farmacêutica-técnica Sóstenes Valentini está em Brasília repassando todas as informações necessárias para o esclarecimento dessa questão à Anvisa e ao Ministério da Saúde.

O Lepemc já estava se preparando para modernizar seus equipamentos. A intenção é adquirir uma emblistadeira (equipamento que, além de embalar o produto, permite, por infravermelho, verificar se há algum tipo de problema na embalagem), ampliar o espaço físico e conseguir contratação de mais técnicos. O equipamento deverá ser adquirido com recursos que foram repassados pelo Ministério da Saúde, em junho/2004.

Em dez anos de funcionamento, esta é a foi a única vez em que um produto do Lepemc apresentou uma alteração. Kimura ressalta que sempre foram tomados todos os cuidados para oferecer medicamentos de qualidade. O Laboratório sempre obteve laudo positivo quanto às normas exigidas pelos técnicos da Anvisa após inspeções anuais. A coordenadora salienta, ainda, que em nenhum momento o Laboratório foi impedido de continuar a sua produção, ao contrário do que foi divulgado em alguns meios de comunicação.

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