Universidade do Mercosul será voltada para integração do bloco, diz ministro

Belo Horizonte – O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que a formação de recursos humanos capazes de pensar e conduzir a integração do Mercosul é prioridade para o governo brasileiro, que estuda criar uma universidade do Mercosul.

?Há uma carência de pessoas capacitadas a pensar o continente do ponto de vista da sua infra-estrutura e literatura?, disse ao chegar à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, onde participa hoje (24) da 31ª Reunião de Ministros da Educação do Mercosul. Durante a semana, a capital mineira sediou o 3º fórum de educação do bloco.

Segundo Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o Ministério da Educação (MEC) formule o projeto de uma universidade voltada à capacitação de profissionais que atuem na integração do continente sul-americano. Embora não exista previsão de data para inauguração, o ministro garante já haver recursos para sua criação.

Haddad afirmou que o projeto está sendo discutido com ministros de outros países. ?Vamos ouvir todos e verificar a possibilidade de uma gestão compartilhada deste projeto?.

O projeto inicial prevê que cada país crie um ou mais campi no próprio território. ?A Universidade do Mercosul brasileira funcionará no Brasil. Isso não impede a Argentina de pensar uma unidade argentina. A Venezuela já apresentou uma proposta de instituição com características semelhantes à que estamos propondo?, declarou Haddad.

Pela proposta brasileira, o campus nacional deve atender todos os países do Mercosul (os outros membros são Uruguai, Argentina, Paraguai e Venezuela). ?Se queremos uma integração efetiva, que não seja somente uma intenção. Temos de nos voltar para este desafio?, afirmou o ministro.

Para ele, o mais importante da futura Universidade do Mercosul – como está sendo chamada – será o projeto pedagógico, voltado para as necessidades e características do bloco. O ministro também disse que será necessário rever o processo seletivo a fim de possibilitar o ingresso de alunos de toda a região. E explicou que hoje é quase impossível estudantes de países vizinhos serem aprovados nos vestibulares brasileiros, pois estes avaliam basicamente o conhecimento de conteúdos locais.

?Se queremos formar recursos humanos que pensem o continente, temos de mudar o processo seletivo e garantir a mobilidade. Garantir que professores brasileiros possam dar aula em outros países e os de outros países, no Brasil. E que o diploma seja reconhecido de forma igual em toda a região?, completou Haddad.

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