A esperada portaria que abre 2.250 vagas para professores nas universidades federais acabou de ser assinada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e será publicada no Diário Oficial da União ainda nesta semana.
Com isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que possivelmente tentará a reeleição, cumpre a promessa feita no ano passado de contratar 4 mil professores. A portaria com as outras 1.750, destinadas às instituições recém-criadas e aos novos campus das que já existem, foi publicada em dezembro.
Cada universidade ainda não sabe qual será a sua fatia desse bolo de 2.250 vagas. Apesar do alívio, os reitores encaram as novas contratações como um remendo. De acordo com um levantamento feito pela Agência Estado, só nas dez maiores instituições, o déficit é de 4 mil professores. Segundo a associação dos reitores (Andifes), as 55 federais precisam de 8 mil docentes. O Ministério da Educação foi procurado pelo Estado mas não comentou os números apontados pelas instituições.
"Em dez anos, a UnB dobrou o número de alunos, mas o número de professores diminuiu 3%", afirma o reitor da Universidade de Brasília, Timothy Martin Mulholland, que calcula em 300 o déficit de professores. Na hipótese de as 2.250 vagas serem divididas igualmente entre as 55 federais, cada uma teria 40.
A Andifes esperava ao menos 4 mil vagas para preencher o buraco deixado nos últimos anos pelas mortes e aposentadorias de professores. Segundo a associação, as federais tinham 51 mil docentes efetivos em 1994. Hoje, mesmo com a expansão da rede, têm 42 mil. Esse buraco é coberto de tempos em tempos pela contratação de professores substitutos.