Os chanceleres dos 25 membros da União Européia (UE) pediram nesta terça-feira (1) o imediato fim das hostilidades no Líbano, deixando de lado sua posição inicial de exigir um "cessar-fogo imediato". Isto por causa da pressão dos países do bloco que se alinham com a posição americana no conflito, a Grã-Bretanha, Alemanha, República Checa, Dinamarca e Polônia.
Depois de quatro horas de acirrado debate, um comunicado adotado na reunião da UE para discutir a crise diz: "O Conselho pede o imediato fim das hostilidades seguido de um cessar-fogo sustentável." O esboço inicial proposto pelo presidente da UE, o finlandês Erkki Tuomioja, especificava claramente a exigência de "cessar-fogo imediato". Mas como as decisões do bloco em política externa têm de ser tomadas por unanimidade, prevaleceu a posição britânica, que teve o apoio dos outros quatro países.
O termo "cessar-fogo sustentável" tem sido usado desde o início do conflito pelas autoridades dos EUA, que apóiam a estratégia de Israel de continuar com os bombardeios e expandir sua invasão terrestre do Líbano, com a finalidade de causar grandes danos à infra-estrutura do Hezbollah.
Pouco depois, a chanceler britânica, Margaret Beckett, insistiu que a mudança de tom da UE não significa que o bloco esteja dando "luz verde" para Israel continuar com sua campanha militar no Líbano. E Tuomioja negou que o bloco esteja dividido sobre a questão e insistiu que o significado é o mesmo. Ele afirmou ainda que a decisão de Israel de intensificar os ataques é inaceitável, tem pouca chance de obter o resultado esperado e só vai dar combustível para os extremistas no Oriente Médio.
O chanceler francês, Pilippe Douste-Blazy, destacou que a proposta de resolução enviada para debate no Conselho de Segurança da ONU estabelece as bases para o fim dos confrontos e ataques, princípios para um cessar-fogo permanente e o envio de uma força internacional de estabilização à região. "Uma vez que estas bases estejam definidas, membros do bloco indicaram estar prontos a contribuir", disseram os ministros. França, Itália, Polônia, Finlândia, Suécia e Espanha estão analisando a possibilidade de enviar tropas para o sul do Líbano. A Turquia e a Indonésia também se prontificaram.