Os 15 ministros europeus da agricultura e pesca fecharam um acordo, hoje à noite, em Bruxelas, impondo mais rigor às regras de controle dos organismos geneticamente modificados (OGMs) nos alimentos. A partir do compromisso adotado, todos os alimentos, tanto humano, quanto animal, deverão conter rótulos indicativos da presença de transgênicos, que não poderá ultrapassar o limite de 0,9%. Atualmente, as normas cobrem apenas os alimentos derivados, como óleo de soja, e podem conter o máximo de 1% de matéria-prima com OGMs.
A decisão foi resultado de uma queda de braço durante todo o dia. De um lado, estavam oito países membros (Espanha, Grécia, Bélgica, Holanda, Suécia, Finlândia, Reino Unido e Irlanda) que preferiam manter as regras tais como elas são hoje, ou a etiquetagem obrigatória a partir de 1% de OGM. De outro, incluindo a presidência dinamarquesa, estavam França, Itália, Portugal, Áustria e Luxemburgo, que defendiam a etiquetagem a partir de 0,5%, aliás, limite indicado até o momento pelo Parlamento Europeu.
Apenas Alemanha, por meio da ministra da agricultura, a ecologista Renate Kuenast, estava exercendo uma posição de árbitro, objetivando uma taxa que variasse entre 0,5% e 1%.
As posições ficaram nítidas depois de um debate público, realizado pela manhã. Mas, o compromisso chegou a termo depois de intensas negociações de corredores, permitindo à presidência da UE conseguir apoio da França, Alemanha e Itália, inicialmente reticentes.
“Conseguimos uma maioria qualificada para nossa proposta”, declarou, ao final, o ministro dinamarquês da agricultura, Mariann Fischer Boel. O Reino Unido votou contra, alegando que considerava as medidas “restritivas”.