Pela primeira vez nas últimas duas décadas de exportações, a União Européia comprou mais do Brasil que os Estados Unidos, por todo esse tempo nosso principal parceiro do comércio internacional.
O aspecto confortador para a economia de certos setores é que o maior volume de vendas se deveu ao embarque de manufaturados, ou seja, produtos de maior valor agregado. Até outubro, o mercado europeu havia absorvido 28,5% a mais de manufaturados brasileiros, ao passo que houve recuo de quase 7% da parte dos Estados Unidos.
A União Européia comprou do Brasil, de janeiro a outubro, US$ 13,478 bilhões, superando pela primeira vez o total da exportação de produtos industrializados para o mercado norte-americano, US$ 13,157 bilhões.
Os números foram liberados na semana passada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, restando implícita a perspectiva de crescimento da diferença nos meses seguintes.
As causas prováveis do crescimento das exportações para a União Européia, segundo os técnicos do ministério, foram a desvalorização do dólar frente ao real e, sobretudo, a grave crise imobiliária que abalou a economia dos Estados Unidos.
Em lugar dos produtos manufaturados brasileiros, o mercado norte-americano deu preferência aos similares fabricados na China, o que levou a indústria de exportação do País a desencadear o esforço para a conquista de maior espaço no gosto do consumidor europeu. A próxima tarefa dos negociadores brasileiros é concretizar as operações em euro, tendo em vista as perdas determinadas pela desvalorização do dólar.
Há alguns anos, essa história decerto teria imensa probabilidade de figurar no famoso programa ?Acredite se quiser?…