Um painel da Unesco exortou Israel a suspender imediatamente trabalhos arqueológicos num local sagrado em Jerusalém que têm revoltado muçulmanos em todo o mundo.

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O relatório da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em Paris afirma que Israel deveria ter buscado assessoria de organizações internacionais antes de começar os trabalhos no mês passado. Escavações numa rampa que leva ao disputado local provocaram confrontos entre a polícia e muçulmanos em Jerusalém e atraíram fortes críticas de países muçulmanos.

Islâmicos temem que os trabalhos possam danificar santuários muçulmanos no topo da Esplanada das Mesquitas, também conhecida como Monte do Templo, pelos judeus, e Santuário Nobre, pelos os muçulmanos, e cujo destino está no cerne do conflito israelense-palestino. Em fevereiro, a Unesco concluiu que as escavações não apresentavam risco para a estabilidade da colina, e o novo relatório elogia Israel por aderir a "padrões profissionais" nas obras no local.

O painel disse que o trabalho já feito é suficiente para examinar a estrutura da rampa, e "deveria ser pedido ao governo de Israel para suspender imediatamente as escavações arqueológicas". O painel recomendou a cooperação entre diferentes comunidades religiosas e culturais, e considerou que o envolvimento do governo da Jordânia seria "apropriado" devido a seu papel de supervisor do local. Israel deveria discutir um "plano de ação" com líderes muçulmanos e jordanianos "antes de tomar qualquer outra ação", acrescentou.

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Um porta-voz do Ministério do Exterior de Israel, Mark Regev, afirmou que o relatório da ONU prova que o Estado judeu falava a verdade quando disse que os trabalhos não iriam comprometer locais sagrados islâmicos. Regev, entretanto, não comentou sobre o pedido do painel para que os trabalhos na rampa e as escavações arqueológicas sejam suspensos.