Unesco elogia Campanha do Desarmamento

O representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, elogiou o empenho do Paraná na Campanha do Desarmamento para a formação de uma "cultura da paz". Werthein disse, em carta ao governador Roberto Requião, que a experiência brasileira e paranaense está sendo levada a outros países. "Os frutos deste trabalho já podem ser notados na Argentina", comentou.

Ele também mandou ao governador uma cópia de seu artigo publicado no jornal portenho La Nacion. "Espero que este artigo simbolize o desejo de que a longa parceria existente entre o governo do estado do Paraná e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura continue, sólida e frutífera, em 2005", disse.

O Paraná começou sua campanha estadual cerca de seis meses antes de o Governo Federal ter ampliado o recolhimento de armas de fogo a todo o território nacional. De janeiro de 2004 até setembro do mesmo ano, cerca de 20 mil armas haviam sido entregues espontaneamente pela população paranaense, em troca de um prêmio em dinheiro. "O Paraná saiu na frente e usou o Estatuto do Desarmamento como política pública para combater o crime no Estado. Com isso, os bons resultados da campanha também vieram antes", disse o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.

Werthein ressaltou em seu artigo, que a campanha nacional conseguiu "conscientizar fortemente a população e iniciar um importante trabalho de educação para a paz entre as crianças". Ele se referia à troca de armas de brinquedo por alimentos e outros tipos de brinquedos, promovida por entidades civis, incentivadas pela Campanha do Desarmamento.

Mercosul

O representante da Unesco admite, porém, a dificuldade de se acabar com a violência . "Para por fim à violência no Brasil não basta que atuemos dentro do território brasileiro. Se sabe que a violência não conhece fronteiras", comentou. "Não poderemos nos sentir seguros se a violência se estende entre nações vizinhas e irmãs, que tanto lutam pelo desenvolvimento humano, social e econômico da região. Tampouco poderemos ter nossas consciências tranqüilas sem uma ação coesa em defesa da paz. É necessário difundir práticas que obtiveram êxito, como a Campanha Brasileira de Desarmamento, e brigar pela formulação de uma estratégia regional para a paz", completou.

Werthein também sugeriu que as nações que fazem parte do Mercosul deveriam se unir "em defesa da paz", pelo perfil comum da violência latino-americana. "Nesse sentido, a Unesco, no Brasil, tem se esforçado por repetir o êxito da experiência brasileira em outros países da região", escreveu, comentando sobre a campanha argentina "Troquemos pela Paz". "O resto da América Latina não pode perder o trem da transformação social para a construção de um mundo mais pacífico e humano. Se a violência não conhece fronteiras, tratemos de provar que a paz também não". 

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