Brasília – O direito à meia-entrada para estudantes, conquistado na década de 40 do século passado, voltou a ser tema de discussão. Em reunião ontem (9) com o ministro da Educação, Fernando Haddad, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, apresentou uma proposta de moralização do uso das carteiras estudantis.
A UNE propõe que a emissão dessas carteiras seja fiscalizada por algum órgão público. E também quer assegurar aos estudantes o respeito à opção da meia-entrada pelos produtores de eventos.
?O que acontece hoje é que o estudante acha que está pagando meia, mas na verdade o produtor cobra uma inteira de mentira e todo mundo fica se enganando?, afirmou Petta.
O presidente da UNE explicou que, devido à falta de fiscalização, muitas pessoas conseguem uma carteira estudantil falsa. E como ocorre um excesso de meias-entradas nos eventos, os produtores acabam ?encarecendo? o preço do ingresso.
Em 2001, lembrou, foi aprovada a Medida Provisória nº 2.208, que autorizou qualquer ?estabelecimento, associação ou agremiação estudantil? a emitir documentos de identificação que dão o direito à meia-entrada. Até então, apenas a UNE e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) emitiam as carteiras.
O ministro Fernando Haddad disse que vai analisar e aperfeiçoar as propostas da UNE. E argumentou que a regulamentação das identidades estudantis poderia inclusive diminuir o preço das entradas em eventos culturais.
?Quando se tem a regularização desse direito, acaba-se por beneficiar aqueles que têm o direito. O que nós precisamos é encontrar um modo de fazer com que a juventude seja beneficiada. E que não haja abuso na emissão na carteira?, disse o ministro.
Também participaram da reunião com o ministro representantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e da Associação Nacional dos Pós-Graduados (ANPG).