As duas instituições paulistas cujos vestibulares teriam sido fraudados pela quadrilha desmontada na segunda-feira na "Operação Vaga Certa", da Polícia Federal (PF), Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) colocam em dúvida a ocorrência de fraudes. Ambas informam que ainda não foram notificadas oficialmente pela PF.
"Nós temos dúvidas ainda, porque temos bastante segurança nos nossos processos seletivos, bastante segurança no que nós fizemos", disse o professor Carlos Elias do Prato, coordenador-geral da Comissão Permanente de Processo Seletivo (CPPS) da UMC. Já a assessoria de imprensa da Unaerp informou que "ainda existem dúvidas se isso ocorreu, não há nada esclarecido e comprovado".
Os integrantes da comissão para o vestibular e a reitora da Unaerp, professora Elmara Lúcia Corauci, passaram o dia reunidos para levantar informações e investigar se "de fato a Unaerp foi vítima de fraude". O objetivo dessas investigações internas seriam "deixar tudo esclarecido", apesar de ainda não terem sido divulgados pela PF o ano em que o vestibular da instituição teria sido fraudado nem os nomes completos de alunos beneficiados.
Em nota divulgada à imprensa, a Unaerp ainda comentou um episódio antigo relacionado a fraudes. Na ocasião, a Polícia Civil foi convidada pela universidade a presenciar a realização da prova e "houve a prisão de integrantes de uma quadrilha nas imediações do Campus". "No caso de atuação de quadrilhas, fora do âmbito da Universidade, compete às autoridades realizarem seus processos de investigação", acrescenta a nota.
A UMC, por sua vez, está fazendo levantamentos e revendo os processos de segurança utilizados nos dias dos vestibulares para se for procurada pela PF, repassar todas as informações aos órgãos competentes. Carlos Elias lamentou: "Assim como nós temos avançado muito nos mecanismos de segurança (dos vestibulares), os bandidos também avançam, muito mais do que a gente".
O professor também garantiu que o rigor adotado nos processos seletivos da UMC "é tão grande como o das outras universidades, inclusive as públicas". Entre os procedimentos contra fraude, segundo ele, estão checagem de documentos, assinaturas e digitais e equipamentos que monitoram celulares.