Algumas empresas representam muito mais que suas marcas ou seus lucros. São ícones de um estilo. Empresas dos Estados Unidos também levam aquilo que se convencionou chamar de ?sonho americano?, o exemplo de capitalismo que o Tio Sam derramou pelo resto do mundo depois da II Guerra Mundial.

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São empresas como a fabricante de filmes e máquinas fotográficas Kodak, a lanchonete McDonald?s, a Coca-Cola, o cigarro Marlboro. E a cervejaria Anheuser-Busch, fabricante da cerveja Budweiser, a principal marca norte-americana, uma das mais vendidas no planeta, praticamente um sinônimo de cerveja para muita gente.

E a Anheuser-Busch está em plena negociação com a InBev, a quarta maior cervejaria do planeta, uma associação da belga Interbrew com a brasileira AmBev, a união da Brahma com a Antarctica. E, a rigor, a InBev é uma empresa brasileira, construída graças aos métodos gerenciais dos executivos Marcel Telles, Jorge Paulo Lemann e Carlos Alberto Sicupira, sócios há décadas e talvez os mais bem-sucedidos empresários brasileiros dos últimos anos.

Eles criaram uma forma diferenciada de comandar empresas e pessoas. Uniram a inventividade brasileira com os métodos mais modernos de gestão, baseando-se na agressividade nas negociações, no pensamento futuro e na distribuição de bônus para os funcionários mais expressivos.

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Com essa tática, a InBev virou um ?player? importante no mercado de bebidas internacional. Até chegar a fazer uma proposta quase irrecusável pela fabricante da Budweiser. O presidente da InBev, Carlos Brito, ofereceu mais de US$ 47 bilhões pela Anheuser-Busch. Proposta que, se for aceita, vai criar a quarta maior companhia de consumo do planeta.

Só que os Estados Unidos, tão capitalistas, não captaram o sinal dos tempos. Políticos, empresários locais e internautas fazem de tudo para que a empresa não seja negociada com um grupo brasileiro. É aquela história: o capitalismo só é bom com o meu dinheiro, não com o dinheiro dos outros.

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