Que notícia mais triste. A informação divulgada ontem por O Estado é estarrecedora. Saber que 143 dos 513 congressistas do Brasil estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é ter o número do descaso de muitos políticos pela ética e pelo respeito à sociedade. Pior para nós, paranaenses: são onze deputados eleitos pelo Estado denunciados ao Supremo.
Das exatas 281 investigações em andamento, boa parte (76 ao todo) são referentes a atos praticados por deputados federais e senadores da República em outras funções públicas – 65 por crimes contra a administração pública e onze por corrupção passiva ou ativa. Além disso, há 39 processos de crime eleitoral, 21 crimes contra a ordem tributária, onze contra o sistema financeiro nacional e sete por lavagem de dinheiro.
Números que fazem pensar. Por mais que haja, como disse o deputado paranaense licenciado Alceni Guerra (DEM), denúncias de teor político (rival fala de rival e a história vai parar nos tribunais), não é possível que só exista isso. A gama de diferentes investigações deixa a sensação que muitos seguem na política pela possibilidade do foro privilegiado – uma indecência jurídica que, espera-se, logo será expurgada.
Pelo menos, há a notícia que os casos estão sendo investigados, uma vitória no país da impunidade. O Supremo assume uma posição preponderante neste momento, pois é responsável pela indicação de que a política brasileira está se renovando para o melhor.
Claro que todos os acusados são inocentes até prova em contrário, e é fundamental ter isso em mente ao avaliar os números divulgados pelo portal Congresso em Foco. Mas não há como não se entristecer com campeões de votos, como os deputados Abelardo Lupion (DEM), Cassio Taniguchi (DEM), Barbosa Neto (PDT) e Alfredo Kaefer (PSDB) em uma lista dessas. São pessoas públicas que receberam o apoio de centenas de milhares de paranaenses. E que, para o bem geral da política local, esperemos que sejam realmente inocentes.
