Um contrato entre gestores, professores e alunos (I)

Do Projeto Político-Pedagógico para um Projeto Político e Pedagógico: um contrato entre gestores, professores e alunos. Discussão sobre a importância do comprometimento de gestores e professores na construção de uma proposta educativa que torne a aprendizagem mais significativa e crítica dentro de um contrato pedagógico. Instituído em um Projeto Político e Pedagógico democrático, com base em uma identidade política e pedagógica para a educação escolar norteada pelos novos paradigmas emergentes de educação, os saberes docentes e os compromissos de gestão em educação. De acordo com o paradigma emergente, o desafio passa por criar e permitir uma nova ação docente na qual tanto professores quanto alunos participam de um processo para aprender de forma criativa, dinâmica encorajadora que tenha como base o diálogo e as descobertas. Este processo deve permitir ao professor e os alunos aprender a aprender num processo coletivo para produção do conhecimento, colocando como foco o aprendiz em um sistema aberto que permita a percepção e integração de um currículo vivo, no qual o ensino/ aprendizagem se dê nas relações interdisciplinares e que o conhecimento seja tomado como um bem renovável em que educadores e educandos estejam comprometidos com a produção do mesmo dentro de um contexto que vá além da escola. Contemplando as demandas mercadológicas, a sociedade de comunicação e a importância dos saberes docentes na configuração do que vem a ser um plano de ação conjunta e colaborativa, que possa determinar a construção producente da noção política de escola, currículo e conhecimento juntamente a noção pedagógica, frente à percepção dos saberes de professores/profissionais e suas representações do currículo e da práxis educativa dentro de um ambiente escolar gerido pelo diálogo em uma visão democrática e colaborativa do Projeto Político e Pedagógico.

Palavras-chave: saberes docentes, conhecimento, formação de professores, currículo, ensino/aprendizagem, gestão, projeto político e pedagógico.

Pensar e construir uma escola é, essencialmente colocar em prática uma concepção política e uma concepção pedagógica que se realimentam e que se corporificam na sua Proposta Política-Pedogógica. Bordignon & Gracindo, in Ferreira, Naura Syria Carapeto. (org.).Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. Cortez, 2000 p. 154.

Pensar a escola e a construção de seu projeto de vida requer o estabelecimento dos conceitos pelos quais se fundamentam suas percepções de um projeto político-pedagógico. Sendo suas bases a visão de sociedade a qual responde, os novos paradigmas educacionais, as definições das especificidades da organização escolar, a visão clara da finalidade da escola como construtora da cidadania e as ambigüidades dos saberes docentes, no que estabelece a dimensão da qualidade desejada na educação.

Na concepção de um projeto político tem-se que, a emancipação humana dá-se dentro da filosofia de educação que norteia a sociedade vigente. Sendo assim, o projeto político deve estabelecer quais as necessidades sociais, de acordo com a sociedade e momento histórico, a que estará incluído. Dentre elas vê-se a qualidade de vida e as definições mercadológicas, que configuram um dos novos paradigmas educacionais emergentes, ou seja, a importância do contexto, à que o movimento de aprendizagem se inicia na relação do homem com o mundo e na objetivação deste com o mundo do trabalho. Este posicionamento permitirá a construção do conhecimento como missão da escola, sendo dada pela inter-relação dos sujeitos envolvidos: diretores e equipe pedagógica (coordenadores, supervisores e orientadores), professores, alunos e comunidade externa. Em um processo sem um determinador hierárquico e sim, de acordo com as diferentes esferas de responsabilidades.

Essas necessidades sociais delinearão os norteadores a que se referem os conhecimentos curriculares. Compete à instituição escolar gerir a seleção de um conjunto de conhecimentos curriculares mínimos, que correspondam aos interesses e peculiaridades de seus agentes e ao contexto que estão inseridos. O que fornece ao projeto político a autonomia pedagógica, que auxiliará a aprendizagem, dentro do novo paradigma educacional, que coloca como foco o aprendiz, definindo-o como ser totalitário, autônomo, incluso e que possui relação dialética com o mundo. Porém, primando que a interação social não parta de interesses apenas individuais ou locais e sim vinculados a um contexto maior de sociedade emancipatória do sujeito. Nesse momento dá-se a construção dos norteadores educacionais, também conhecidos como planos de ensino ou ementas educacionais.

Nestes norteadores curriculares, tem-se o direcionamento para o conhecimento como rede ou como modelo cartesiano. Concebido em rede, o conhecimento nega a teoria cartesiana de que o caminho é um só e que só se compreende o objeto por meio de uma enumeração e decomposição exaustiva de suas partes simples. Neste sentido o método era: decompor, analisar, reduzir o complexo a idéias simples. Desta forma o objeto do conhecimento é reduzido a fragmentos, esvaziando-se seu significado. O que não cabe em um projeto político voltado para os novos paradigmas educacionais, em que o auto conhecimento e o conhecimento do outro agem ao incorporar estratégias à realidade vigente. Pois, existem diferentes formas de aprender, lembrar, compreender e desempenhar algo. O conhecimento decorre das interações produzidas entre sujeito e objeto. E entre as disciplina ou as áreas do mesmo.

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