O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, parou hoje em New Orleans para homenagear as mais de 1.600 pessoas mortas durante a passagem do furacão Katrina no fim de agosto do ano passado. Em busca de planos para acelerar a lenta recuperação de New Orleans, Bush tomou café da manhã com o prefeito Ray Nagin e depois participou de uma missa em homenagem às vítimas do Katrina.
Em meio à lenta recuperação de New Orleans, estima-se que metade das pessoas deslocadas pela catástrofe natural ainda não tenham retornado à cidade e seus arredores. O fornecimento de energia elétrica ainda é precário. Num jantar na noite de ontem, Bush e Nagin já haviam conversado sobre a lenta recuperação e discutido meios de acelerar a liberação de assistência federal. A missa de hoje ocorreu na Catedral de São Luís, uma igreja que resistiu incólume à devastadora passagem do Katrina em 29 de agosto de 2005.
O governo Bush foi duramente criticado por sua demorada resposta a uma catástrofe anunciada com antecedência por meteorologistas. "O dinheiro está começando a ser liberado para que as pessoas possam reconstruir suas vidas", disse Bush ontem no Mississippi, outro Estado duramente afetado pelo furacão. "Na Louisiana", onde fica New Orleans, "a recuperação é um pouco mais lenta", admitiu Bush.
Nas visitas, Bush procurou enfatizar a reconstrução, não o desastre. "Minha mensagem para o povo daqui é que entendemos que há muito a ser feito", afirmou. "É um aniversário, mas não significa que é o fim. É o começo do que será uma demorada recuperação. Estou maravilhado com a esperança que sinto aqui", prosseguiu o presidente. "O governo federal foi lento? Sim, provavelmente. Todos os governos foram lentos, estadual e local? Sim. Mas eles responderam de forma muito, muito solícita? Eu acho que sim", afirmou Laura Bush, primeira-dama dos EUA.
"Acho que iremos olhar para trás e veremos pelo que foi: o maior desastre que o nosso país já encarou, um grande desastre", comentou a primeira-dama. "Poderíamos ter feito melhor? Com certeza. Mas estamos fazendo o que podemos agora? Em absoluto." Aproximadamente 67% dos americanos desaprovam a forma com que Bush conduziu a resposta ao desastre, de acordo com pesquisa AP-Ipsos realizada no início de agosto.
Aproximadamente 1.600 pessoas morreram na Louisiana em decorrência da passagem do furacão, que causou uma enchente e deixou New Orleans praticamente embaixo da água. Cem cadáveres continuam à espera de reconhecimento e outros corpos são achados até hoje embaixo de escombros.