A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) estará promovendo a palestra ?Ficção: cinema como literatura?, que será proferida pelo professor-doutor Luiz Felipe Guimarães Soares, da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), no dia 1º de outubro, das 8h às 12h. A conferência tem como objetivo resistir à tradição que se opõe que é ficção e verdade, e estimular uma ampliação dos conceitos de cinema e literatura via ficção. A palestra será realizada no Mini-Auditório do Bloco ?B?, sala 108, no Campus Central da UEPG. As inscrições estão abertas no Departamento de Línguas Estrangeiras Modernas ? Delin da UEPG (Bloco B), Campus Central e custam R$ 10,00.
Com apresentação oral e exibição de trechos de filmes em VHS e DVD, a palestra propõe um conceito de ficção que seja aplicável tanto no cinema como na literatura e não seja dependente de uma noção mimético-fenomenológico de verdade. A base do conceito vem da proposta do filósofo Foucualt, ao analisar a produção literária francesa noveau roman, em ?Distância, aspecto, origem?, de enxergar a ficção como ?nervura verbal daquilo que não existe, tal como é?.
Assim, a ficção deixa de equivaler à mentira, em oposição à verdade moralmente garantida por relatos históricos ou jornalísticos. A ficção passa a remeter à tensão entre uma coisa e ela mesma. A aplicação dessa tensão à imagem cinematográfica se faz via Deleuze (filósofo), que por sua vez utiliza a noção bergsoniana de imagem em matéria e memória como tudo aquilo que é – inclusive nós. A noção bergsoniana é baseada no pensamento do filósofo francês Henri Bergson, que diz que apesar da euforia em torno da teoria da relatividade, o significado filosófico do tempo não era contemplado pela teoria conforme se supunha.
Para Deleuze, imagem, aqui, é o lugar de todas as transformações possíveis, lugar da percepção que acontece, justamente, através da tensão entre a imagem e ela mesma. Aproximar essa tensão à nervura verbal de que fala Foucault torna-se apenas uma operação de ampliação de conceitos.