O Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade/Setor de Ciências Agrárias e de Tecnologia, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) lança, em breve, um programa de Certificação de produtos não-transgênicos. Segundo o professor Ricardo Ayub – coordenador do programa – para a elaboração desse trabalho será utilizado o método imonocromatográfico.
Ayub, que é doutor na área biomolecular, esclarece que esse serviço vem ao encontro das determinações do Governo do Paraná, que mantém sua posição de classificar o Estado como área livre de produtos geneticamente modificados, em contra-posição à uma medida provisória editada pelo Governo Federal que libera o cultivo de soja transgênica.
Segundo o professor Ayub, os diversos mercados do mundo estão exigindo certificações internacionais para os agroprodutos. “Em função da rigidez com que os compradores estrangeiros atuam na importação de produtos brasileiros para os seus países, a UEPG oferece mais essa prestação de serviços, com a certificação de produtos não-transgênicos. Ele frisou que há dois anos a UEPG realiza a detecção de transgenia.
“Produtores de sementes e cooperativas podem solicitar análise de detecção e realizar esse trabalho com todos os elos da cadeia produtiva, caso do transporte, produção de sementes, armazenagem, entre outros”, destaca.
Para Ayub, a importância dessa atividade reside no fato de se trabalhar todos os elos da cadeia para a obtenção de um produto uniforme, de acordo com a exigência do comprador. “A UEPG, na condição de órgão oficial e idôneo, pode obter a credibilidade do mercado internacional”, salientou.
Para melhorar a prestação de serviços do Centro de Biotecnologia, está sendo solicitado à Secretaria de Estado da Agricultura (SEAB) um investimento de US$ 40 mil. “Esses recursos servirão para que possa ser adquirido um equipamento denominado de PCR em tempo real, que possibilita quantificar misturas na mostra”, explicou Ayub. Por Lei, com até quatro por cento de mistura o produto é considerado não-transgênico. Ricardo Ayub explica que a pretensão é iniciar com soja, porém existe a possibilidade de fazer o teste com milho e, em breve, até com o algodão.