A Europa alerta que o Brasil continuará a ser ameaçado por barreiras no comércio enquanto mostrar falhas em seu sistema de defesa sanitária na produção de alimentos, como carnes, frutas e legumes. Os veterinários da União Européia (UE) iniciam nesta semana em Bruxelas uma avaliação detalhada de toda a situação fitosanitária do País e estão dando até o final deste mês para que o governo brasileiro apresente mais informações do que está fazendo para implementar um plano de controle no País.
A Comissão Européia está pedindo ao Brasil que fortaleça seu controle de resíduos. Se os problemas não forem adequadamente lidados, existe a possibilidade de que certas importações sejam suspensas no futuro, afirmou o porta-voz do departamento de Saúde do Consumidor da UE, Haravgi-Nina Papadoulaki.
O Brasil e a UE estão debatendo o assunto há meses e Bruxelas chegou a ameaçar o País com a imposição de um amplo embargo. Há pouco mais de um mês, o governo enviou um comunicado aos europeus detalhando o plano de controle de resíduos, como havia sido pedido por Bruxelas.
Os europeus, diante da resposta brasileira, optaram por não aplicar as sanções por enquanto e aceitaram continuar debatendo o plano para carne bovina e frango. Os produtores nacionais, como a Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef) chegaram a comemorar a decisão da Europa em não impor embargos.
Setor Privado
Enquanto as autoridades européias insistem na necessidade de se fortalecer o controle da produção brasileira, o lobby agrícola nos países da Europa pega carona no problema para tentar barrar os produtos do País. Entidades de classe da Europa enviaram cartas às autoridades de Bruxelas pressionando para que sanções fossem tomadas contra o Brasil. Sem ter como competir em termos de preço com a produção brasileira, o setor privado europeu encontrou nas falhas fitossanitárias do País uma brecha para precisar por barreiras.
Para 2007, a Europa já planeja uma nova vistoria completa da produção de alimentos no Brasil. Na última vez em que esteve no País, em 2005, as conclusões dos veterinários não foram nada positivas e acabou gerando toda a pressão atual que o governo e setor privado estão tendo de atravessar.