A União Européia (UE) e a Coalizão DVB Brasil, que defende a adoção do modelo europeu de TV digital no País, apresentam amanhã (24) ao governo uma oferta de desenvolvimento de uma indústria de semicondutores no País. A fabricação no Brasil desse tipo de produto, que são chips usados na produção de televisores e outros aparelhos eletrônicos, vem sendo colocada pelo governo como condição para a escolha do padrão de TV digital.
Em nota divulgada à imprensa, a coalizão disse que sua oferta contém "todos os elementos necessários ao desenvolvimento efetivo de uma indústria de semicondutores no Brasil". A proposta, que tem o aval dos governos europeus, será apresentada pelo embaixador da UE no Brasil, João Pacheco. Na semana que vem será a vez de o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, reforçar o apoio ao padrão europeu, que disputa com os modelos japonês e americano.
A Coalizão DVB Brasil é formada pelas empresas Philips, ST Microelectronics, Siemens, Thomson, Rohde & Schwarz e Nokia. "Estamos convictos de que nossa ampla oferta é, de longe, a mais ambiciosa e viável, além de garantir a TV 100% gratuita", afirma a nota.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, que defende o padrão japonês, chamou de "balela" e "blefe", o argumento usado pelo comissário Peter Mandelson de que o Brasil seria condenado ao "isolamento internacional" caso adotasse o padrão japonês de TV digital. "Isso é abusar da inteligência dos brasileiros", afirmou o ministro.
Costa voltou a dizer que o padrão europeu não atende a todas as exigências da TV digital, dentro do canal de 6 megahertz, como quer o governo brasileiro, e precisaria de um canal adicional. O ministro afirmou que a proposta apresentada pela empresa franco-italiana ST Microelectronics é de instalar apenas uma "fábrica de design", que usa os softwares da empresa, e não uma indústria de semicondutores.
