Genebra
– A União Européia (UE) deverá suspender as barreiras às importações de aço do Brasil a partir de outubro. As medidas protecionistas haviam sido estabelecidas em março, mas na lista definitiva de barreiras preparada pela Comissão Européia, que irá valer a partir do mês que vem, o Brasil por enquanto não foi incluído.Diplomatas brasileiros avaliam o documento de Bruxelas como uma indicação que o País, que exporta mais de 15% de sua vendas globais aos europeus, deverá voltar a vender produtos siderúrgicos ao mercado da UE sem qualquer restrição.
Na nova lista, sete categorias de produtos estão incluídas de forma definitiva e em nenhuma o Brasil será afetado. “Trata-se de uma ótima notícia”, afirmou um diplomata brasileiro na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra.
Em março, Bruxelas estabeleceu salvaguardas provisórias ao aço de todo o mundo como resposta ao protecionismo norte-americano ao produtos siderúrgicos. O temor dos europeus era de que, com o mercados dos Estados Unidos fechado, o aço excedente acabasse sendo vendido na Europa, inundando o mercado local e afetando as empresas do continente.
Mas depois de seis meses de investigação, Bruxelas aparentemente concluiu que pelos menos os produtos brasileiros não eram motivos de preocupação. De acordo com a lista provisória de março, o Brasil ficava impedido de exportar duas categorias de aço: folha de flandres e barras de construção mecânica, que representam uma receita de US$ 60 milhões por ano ao País, principalmente para a CSN.
As duas categorias não foram citadas no documento europeu, circulado ontem na OMC. Diplomatas europeus, porém, reconhecem que ainda pode haver mudanças na lista definitiva até o final do mês. A razão seria a pressão das siderúrgicas da UE para que os produtos brasileiros continuassem impedidos de entrar no mercado europeu.
Já Buenos Aires não teve a mesma sorte do Brasil. Segundo o documento, dois produtos exportadores pelos argentinos vão continuar embargados por mais um ano por Bruxelas.
Painel
Enquanto os europeus davam indicações, ontem, de que poderiam excluir o Brasil das barreiras, a Organização Mundial do Comércio (OMC) aprovava a criação de um painel (comitê de investigação) contra Bruxelas. O painel foi pedido pelos Estados Unidos, alegando que os europeus não tinham bases para aplicar as salvaguardas em março.
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