O representante para assuntos internacionais da União Européia (UE), Javier Solana, disse hoje que o envio de tropas multinacionais para ajudar na pacificação dos conflitos no Líbano seria uma tarefa difícil, mas crucial para colocar um fim na instabilidade do país.
Separadamente, um diplomata da UE disse que em uma reunião internacional que acontecerá na quarta-feira, em Roma, serão feitas pressões para que um cessar-fogo seja imposto. Mas há uma certa apreensão por parte de Washington e da UE de que um cessar-fogo colocaria Israel em uma péssima situação com relação ao Hezbollah, por isso, o final dos ataques deverá ser discutido em um plano geral, em uma solução para acabar com a instabilidade do Líbano por um grande espaço de tempo.
Solana afirmou que não seria fácil juntar uma força internacional de mantenedores da paz, mas que "diversas nações na UE" estariam dispostas a oferecer tropas e equipamentos para esta finalidade.
O líder da maioria parlamentar no Líbano, Saad Hariri, clamou por "grandes quantias de ajuda humanitária" e ajuda internacional para garantir a liberdade e soberania de sua nação.
O chamado "Grupo Central do Líbano" inclui Egito, Arábia Saudita Jordânia, França, Rússia, Grã-Bretanha, Estados Unidos, ONU e a UE. Também foram convidados para a conferência Espanha e Alemanha.
Em Lisboa, o presidente da comissão da UE, Jose Manuel Barroso, disse que uma força de paz é necessária "pois o nível de confiança entre os partidos rivais é zero, e somente com forças internacionais que poderemos pensar em estabelecer alguma paz".
O governo libanês pediu para Washington pressionar Israel a pedir um cessar-fogo nos bombardeios que demoliram a infra-estrutura libanesa e matou centenas de pessoas. O presidente americano, George W. Bush, se opõe a este pedido, dizendo que a raiz do problema deve ser destruída.
O premier israelense Ehud Olmert disse a Solana, na semana passada, que um cessar-fogo imediato está fora de questão.
Israel deu inicio à operação no Líbano após o Hezbollah matarem três soldados e capturarem outros dois na fronteira entre os dois países, no dia 12 de julho. Pelo menos 381 pessoas perderam suas vidas do lado libanês, incluindo 20 soldados e 11 militantes do Hezbollah, de acordo com autoridades libanesas.
Já o total de mortos do lado israelense fica em 37, com 17 civis mortos por mísseis lançados pelo grupo extremista e 20 soldados mortos durante os combates.