Brasília – As TVs legislativas querem uma rede nacional com transmissão em sinal aberto no modelo digital. Essas foram as principais propostas levadas ao 1º Fórum Nacional de TVs Públicas pela Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (Astral). Segundo o presidente da entidade, Rodrigo Lucena, além da TV Câmara e da TV Senado, a idéia é reunir na rede as 19 emissoras de assembléias legislativas e as mais de 60 de câmaras de vereadores existentes hoje no país numa única rede.
Pela proposta da Astral, essas emissoras, a maior parte ainda restrita a TV a cabo, dividiriam um canal no sistema digital. Rodrigo Lucena disse que com a parceria seria posível reduzir custos, ?num trabalho de solidariedade, de ajuda mútua, de construção coletiva de um processo de televisão aberta?, explicou. Ele é um dos participantes das plenárias do Fórum, que terminam nesta sexta-feira (11) em Brasília.
Segundo Lucena, em princípio, a organização formada a partir da união das TVs legislativas não se fundiria à rede de TVs públicas, cujo modelo está sendo discutido. Mas ele acrescentou que o segmento das emissoras legislativas está disposto a colaborar com os demais que integram o campo público compartilhando custos, por exemplo.
?Não sei de que forma nós poderemos estar nessa rede, acho que a idéia de integração colaborativa, solidária, de troca de produtos, de compartilhamento de custos de rede, é mais razoável, simpática, atende mais à diversidade de cada um desses segmentos do campo público?.
De acordo com o presidente da Astral, a construção da rede de TVs legislativas depende basicamente de três fatores: marco legal, reserva de canal no sistema digital, além de investimentos. ?É lógico que não se forma um trabalho desse da noite para o dia, é um trabalho de longuíssimo prazo talvez, mas se a gente não começar agora a gente perde justamente essa virada para a TV digital, que vai nos possibilitar estar ali com um daqueles canais nacionais?.
Para Lucena, apesar de as emissoras legislativas terem um público muito específico, esses canais têm espaço para conquistar mais audiência. ?Se você for pensar que o brasileiro por natureza gosta da política e os nossos canais, por serem canais de casas políticas, tratam fundamentalmente desse assunto, eu acho que potencialmente a nossa audiência é muito grande?.
De acordo com ele, as TVs legislativas precisam investir em conteúdos de qualidade, ?para que essas pessoas se tornem fiéis telespectadores, talvez não tão fiéis do ponto de vista mercadológico, mas fiéis no sentido de confiarem que nossa programação é de qualidade e atende ao interesse público?.
O prazo que o governo colocou para migrar totalmente o sistema de televisões analógico, como é hoje, para o digital, é 2016.