O governo dá hoje um passo decisivo para mudar a televisão aberta no Brasil. O presidente Lula assina às 10h30, em cerimônia no Palácio do Planalto, o decreto que estabelece as regras para a implantação da TV digital no País. São normas que vão mudar a cara dos 70 milhões de televisores existentes no Brasil ao longo dos próximos 10 anos, quando todas as TVs do País serão digitais. Também hoje será assinado um Termo de Compromisso entre os governos brasileiro e japonês, com a presença do ministro do Interior e da Comunicação do Japão, Heizo Takenaka, formalizando a adesão do Brasil ao padrão tecnológico japonês
O decreto cria o Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD-T), que terá grande parte do padrão japonês, mas com inovações tecnológicas desenvolvidas aqui. As regras do decreto são importantes porque, a partir delas, emissoras e indústrias poderão começar a trabalhar para mudar os equipamentos de transmissão e a produzir os novos televisores
Somente depois essa mudança é que a TV digital poderá começar a chegar à casa dos brasileiros, o que deve acontecer, numa previsão mais otimista, no final de 2007. E deve começar pelas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, avançando gradativamente para as demais capitais e outras grandes cidades. As redes de TV terão prazo de sete anos para cobrir digitalmente todo território nacional
A população poderá continuar a usar o televisor que hoje tem em casa, que funciona no sistema analógico, até 2016, quando esse tipo de transmissão deixará de ser feito. Como os televisores digitais, que custam cerca de R$ 10 mil, ainda vão levar cerca de três anos para baixar de preço, o consumidor poderá comprar um conversor de sinais ("set top box"), que é uma caixinha que transforma o sinal digital em analógico, o que vai melhorar consideravelmente a imagem, acabando com chuviscos e fantasmas
A estimativa é de que a versão mais simples desse conversor começará custando US$ 50 (cerca de R$ 110). Há um plano, inclusive, de financiar a compra desse aparelho, por meio de instituições financeiras. O consórcio de pesquisa que desenvolve o conversor é liderado pelo Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI), da Universidade de São Paulo (USP)
