O investigador Kennedy Mendes da Silva, da Polícia Civil, e o ex-carcereiro Josias Manoel Delfino foram presos ontem em Belo Horizonte, Minas Gerais, após assaltarem um turista norte-americano que havia chegado ao Brasil há três dias. O assalto foi em uma das mais movimentadas avenidas da capital mineira. A vítima saía do escritório de um amigo, na zona sul da cidade, e, ainda na calçada, foi surpreendida por dois homens. O turista foi arrastado por quase 40 metros e ficou algemado na grade de um prédio, de acordo com o Jornal da Globo.

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Sem entender o que a dupla armada ordenava, o turista acabou imobilizado e dele foram levados uma bolsa com passaporte e uma outra caderneta. Testemunhas contaram que os desconhecidos afirmavam que eram policiais e que estavam prendendo um bandido, o turista. Após tomar dinheiro e a carteira da vítima, a dupla disse que iria deixar o rapaz algemado lá mesmo e que precisaria ir embora rápido para chamar a polícia. Não entendendo nada, testemunhas estranharam o fato de dois policiais saírem correndo para acionar a própria polícia. Desconfiadas, elas ligaram para a Polícia Militar, que conseguiu prender os policiais bandidos.

Com eles, estava todo o dinheiro do americano, quase 10 mil dólares. Na delegacia, foi constatado então que Josias trabalhara como carcereiro e foi demitido há 15 anos. A dupla já deveria estar presa. O ex-carcereiro é condenado a 41 anos por assassinato e o investigador, a uma pena de 9 anos por tráfico de drogas, mas trabalhava normalmente em uma delegacia de BH.

Segundo a Polícia Civil, o detetive mantinha o cargo porque o inquérito administrativo aberto pelo Estado ainda não havia sido concluído. A Corregedoria da Polícia Civil agora quer saber por que os dois não estavam cumprindo pena em regime fechado, como a Justiça havia determinado.

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