Por mais de um século, a Argentina foi conhecida como o país da carne e do trigo. Embora esses dois produtos ainda estejam entre os principais da lista de maiores geradores de divisas, foram ultrapassados nos últimos anos pela indústria do turismo. Segundo um relatório da consultoria Ecolatina, comandada pelo ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, o turismo gerou US$ 3 254 bilhões em divisas no país em 2005. A exportação de carne bovina rendeu US$ 2,92 bilhões, enquanto que o setor de cereais (principalmente trigo) gerou US$ 3,066 bilhões.

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A expectativa é que em 2006 o turismo proporcione à Argentina US$ 3,7 bilhões. No ano passado, a atividade econômica do setor (juntando o turismo interno ao internacional) registrou um crescimento de 9,7%, superior ao próprio crescimento da economia argentina, que foi de 9%).

A indústria do turismo só foi ultrapassada pelo pelas exportações de oleaginosas, que ocupam a pole position, com US$ 9,318 bilhões; as vendas de petróleo, com US$ 7,634 bilhões, e as exportações automotivas, com US$ 3,447 bilhões.

Desde a crise financeira, social e econômica de dezembro de 2001 e a imediata desvalorização da moeda, em janeiro de 2002, a Argentina se tornou um destino mais barato para o turismo internacional.

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As atrações turísticas argentinas – desde a cidade de Buenos Aires, passando pelas estações de esqui na Cordilheira dos Andes as cidades colônias do norte argentino, os circuitos de adegas na província de Mendoza e San Juan, às paisagens exóticas da Patagônia – aumentaram o fluxo de turistas provenientes do exterior de 3,456 milhões em 2004 para 3,895 milhões em 2005.

A estimativa para 2006 é que o número de turistas que visitarão a Argentina em 2006 chegará a 4,1 milhões de pessoas, um número recorde na História do turismo na Argentina. A carne, o vinho, o tango, a vida noturna portenha e até o futebol são alguns dos fatores que levam milhões de turistas à Argentina.

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O boom turístico gerou um número sem precedentes de investimentos em hotéis de categoria nas principais cidades argentinas. As estimativas indicam que na capital do país, os investimentos no setor hoteleiro – principalmente em hotéis de luxo – serão de US$ 600 milhões em 2006.

Além disso, em Buenos Aires prosperam os "hostels" – pequenos hotéis com atendimento quase "familiar" – procurados principalmente por turistas europeus de todas as idades e jovens das Américas.

Na cidade de Buenos Aires, em média, diariamente cada turista estrangeiro desembolsa US$ 154 (enquanto que um turista do interior da Argentina gasta em média, diariamente em Buenos Aires US$ 56). No resto do país, mais barato, os gastos diários dos estrangeiros oscilam ao redor de US$ 71,60.

O principal fluxo de turistas provém do Brasil. Segundo a Secretaria de Turismo, no ano passado chegaram na Argentina 304.914 brasileiros para visitar o país. Isso equivale a 28,1% a mais do que em 2005. Os brasileiros podem ser vistos em grupos caminhando pela avenida Santa Fe, realizando compras; desfrutando os cafés do elegante bairro da Recoleta; passeando pela histórica Praça de Mayo ou visitando o pitoresco bairro da Boca.

Os brasileiros também descobriram nos últimos quatro anos a Patagônia. Além disso, voltaram em massa à Bariloche, tal como nos anos 70, quando a cidade era ironicamente denominada de "Brasiloche".

Em segundo lugar no ranking dos turistas internacionais, em 2005 estiveram os americanos, com 250.942 pessoas (o equivalente a um aumento de 24,2% em relação a 2004). Os chilenos ocupam o terceiro posto no ranking dos estrangeiros na Argentina, com 212.566 turistas (um crescimento de 12,7%).