Está tudo pronto para o leilão dos ativos da Varig, previsto para as 10 horas de hoje , no hangar da companhia, no Aeroporto Santos Dumont. Até agora, seis investidores pagaram a taxa de R$ 60 mil para ter acesso às informações sobre a empresa. A assessoria de imprensa da Varig informou, porém, que nada impede que sejam apresentadas novas propostas durante o pregão.
Os investidores habilitados até o momento são as empresas aéreas TAM, GOL, OceanAir e TAP – esta representada pela companhia AeroLB – além do escritório de advocacia Ulhoa & Canto, representando o fundo de investimentos americano Brooksfield, e o sistema de reserva de passagens Amadeus.
Os investidores terão duas opções para a compra. Eles poderão adquirir a Varig completa, chamada Varig Operacional, que inclui as rotas domésticas e internacionais, ao preço mínimo de US$ 860 milhões, ou somente as rotas nacionais (Varig Regional), cujo preço mínimo é de US$ 700 milhões.
Caso não seja atingido o lance mínimo estipulado no edital, será aberta uma nova rodada para venda dos ativos a qualquer preço, desde que este não seja considerado "preço vil". Nesse caso, o valor será fixado pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que preside o processo de recuperação judicial da Varig.
O leilão ocorre nove dias antes de completar um ano de inscrição da Varig na nova Lei de Recuperação de Empresas, feita no dia 17 de junho de 2005.
Segundo garantiu o juiz Ayoub, o comprador não herdará os passivos trabalhista e fiscal da Varig, que continuarão com a empresa remanescente. Ele assegurou que o endividamento será pago com o dinheiro arrecadado no leilão.
A dívida total da Varig é de R$ 7,9 bilhões, dos quais 60% são dívidas com o governo e 40% com credores privados. A empresa tem a receber dos estados créditos referentes à cobrança indevida de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no montante de R$ 1,6 bilhão, informou a assessoria da Varig. Atualmente, a companhia tem 9,1 mil funcionários na ativa.