O corregedor-geral da Justiça Eleitoral e ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cezar Rocha, arquivou ontem uma representação movida pelo PT pedindo a cassação do registro da candidatura à Presidência do tucano Geraldo Alckmin por suposto uso indevido dos meios de comunicação.
O ministro concluiu que o crescimento de Alckmin nas intenções de voto não pode levar à conclusão de que ele usou os veículos de comunicação. "A qualidade de exposição na mídia não é, à toda evidência, resultado forçoso de prática irregular, o que, se admitido, em última análise, reduziria o direito à liberdade de informação, de assento constitucional, de todos os grandes veículos de imprensa apontados pela inicial, a mero serviço em favor do segundo representado", afirmou o ministro em seu despacho.
Em outra decisão tomada ontem, Rocha disse que não é competente para analisar uma outra representação do PT que também pede a cassação do registro de Alckmin. Nela, o partido sustenta que ocorreram diversas irregularidades na campanha tucana. Entre elas, suposto uso de caixa dois por meio da arrecadação de recursos pela organização não governamental Nova Política, Frente Nacional da Sociedade Civil. O corregedor entendeu que quem deve analisar o pedido é um dos ministros auxiliares do tribunal e não ele.
As representações foram protocoladas no TSE no sábado à noite, a 12 horas do início da eleição. O partido tomou a iniciativa duas semanas após o corregedor ter aberto uma investigação judicial para apurar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, e outros petistas tiveram envolvimento com a venda de um dossiê contrário a tucanos. Se for concluído que Lula teve participação, ele pode ser punido até com a perda de um eventual segundo mandato.
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