Ontem, em Atenas, a seleção brasileira de basquete masculino perdeu para a Alemanha por 78 a 63 e disse adeus ao torneio pré-olímpico, que vale as três últimas vagas para as Olimpíadas de Pequim, que começam no dia 8 de agosto. Perder para os germânicos é até normal, pois a seleção deles é melhor que a nossa e está mais preparada -, mas a derrota de ontem reforça o triste ocaso do basquete brasileiro, afundado em críticas, má gestão e falta de profissionalismo.

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Se acreditamos ver no futebol barbaridades que não são cometidas em outros lugares, ainda não conhecemos a fundo o que se faz no basquete. O presidente da confederação brasileira (CBB), Gerasime Bozkis, o Grego, é um daqueles personagens que o léxico esportivo definiu como ?cartola?. Prepotente, agressivo, personalista e péssimo administrador, ele é alvo de várias denúncias de aproveitamento do cargo, e sofre cada vez mais a oposição dos clubes e dos jogadores.

Exemplo é o fato de os maiores jogadores da história do basquete brasileiro estarem pedindo, há tempos, o afastamento de Grego da CBB. Hortência, Paula, Wlamir Marques, Hélio Rubens e Oscar Schmidt são os principais críticos do atual estado de coisas do basquete, e por isso são ?esquecidos? pela entidade que gerencia o esporte tanto que criaram ligas alternativas que esbarram na falta de dinheiro.

Não há incentivo para os clubes e jogadores, que vivem na penúria nos campeonatos estaduais e nacionais (masculino e feminino). E os atletas só pensam em transferências para o exterior, esquecendo de suas responsabilidades nas seleções. Iziane, a melhor jogadora do País, não aceitou um prosaico sistema de rodízio em quadra e abandonou uma partida do pré-olímpico. Foi cortada e a seleção feminina garantiu vaga em Pequim.

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Mas na seleção masculina os seus principais jogadores focados nos dólares da NBA ou nos euros das ligas européias não aceitaram suas convocações. O resultado foi a precoce eliminação de ontem. São responsáveis pela crise do nosso basquete mas não mais que a plêiade de dirigentes que só prejudica o esporte brasileiro.