Um tribunal de apelações anulou nesta segunda-feira (18) a sentença de seis anos de prisão por corrupção que pesava sobre o ex-presidente paraguaio Luis González Macchi (1999-2003). Segundo a corte, não há provas suficientes da existência do delito. Meses atrás, o ex-presidente havia sido sentenciado em primeira instância por instigar funcionários do Banco Central paraguaio a enviarem de forma irregular cerca de US$ 16 milhões ao Citibank de Nova York. A operação, considerada de "alto risco, mas com alto retorno", ocorreu em 1999.
O dinheiro era proveniente da liquidação dos bancos comercias Oriental e Unión, ambos de capital paraguaio, que faliram no início da década de 1990. Em 2003, ao apresentar sua acusação, a promotoria de crimes financeiros afirmou que Macchi não apenas conhecia, mas recomendara o referido "investimento".
No entanto, o juiz Carmelo Castiglioni, integrante do tribunal de apelações, disse hoje à imprensa, durante entrevista concedida no Palácio de Justiça, em Assunção, que houve uma decretação de sentença sem a apresentação de provas contra o ex-chefe de Estado". "É provável que tenha ocorrido um delito de instigação (por parte de Macchi), mas especificamente neste caso não encontramos provas", afirmou.
Porta-vozes da promotoria disseram que analisarão ainda se entrarão com um recurso constitucional de apelação ante a Corte Suprema de Justiça. As apelações nesta instância, geralmente, são resolvidas com demoras que vão de 4 a 6 anos. Macchi se apresentará na quarta-feira ante outro tribunal para responder por suposto delito de enriquecimento ilícito por ter recebido, supostamente, subornos de uma empresa comercial que explorava um jogo de azar conhecido no Paraguai como "la quiniela".