Três projetos sociais do Paraná disputam final de prêmio

Três projetos sociais paranaenses são finalistas da edição 2005 do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. A premiação, uma iniciativa da Fundação em parceria com a Petrobras, identifica e seleciona soluções efetivas de transformação social. Aplicadas com sucesso em determinadas comunidades, essas soluções sociais podem ser reaplicadas em escala em outras regiões do País. O prêmio também tem o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers.

Um total de 40 tecnologias, selecionadas entre 658 inscritas, disputa oito prêmios no valor de R$ 50 mil cada – um por região do País e três nas áreas de Educação, Direitos da Criança e Recursos Hídricos. ?Os projetos do Paraná são exemplos da diversidade de soluções possíveis para os problemas sociais do País?, afirma o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena. Os vencedores serão anunciados no dia 24 de novembro, em São Paulo. A lista das 105 tecnologias certificadas pelo júri, incluindo as finalistas, estão disponíveis no site www.fundacaobancodobrasil.org.br.

Finalistas

Os três concorrentes do Paraná propõem soluções para problemas relacionados à Saúde. A Farmácia Comunitária é um projeto em funcionamento há nove anos, em Umuarama. A idéia é do frei Daniel Heinzen que, certo dia, notou várias receitas médicas jogadas ao redor do posto de saúde. Soube, então, que as receitas viravam lixo porque não havia medicamentos disponíveis no local e a população não tinha dinheiro para comprá-los. Na mesma época, visitou uma pessoa doente, que acabou falecendo. Na cabeceira da cama, ele viu que havia remédios que não seriam mais usados.

Dessas duas situações nasceu o projeto Farmácia Comunitária. A comunidade organiza campanhas de doação de remédios para a população em situação de risco, sob a orientação de alunos e professores da Universidade Paranaense (Unipar). Os remédios são distribuídos mediante a apresentação de prescrição médica. Todos os usuários do sistema são cadastrados e nas fichas constam informações sobre suas doenças e os remédios usados.

O segundo projeto paranaense, Tatames Especiais Destinados a Pessoas Portadoras de Deficiências Múltiplas, foi desenvolvido pelo Abrigo Cotolengo do Paraná, que atende pessoas com necessidades especiais. O tatame foi desenvolvido para resolver as dificuldades dos profissionais da entidade em lidar com pessoas que usam cadeira de roda. Como não podem ficar sentadas o tempo todo, para se evitar machucados causados pela manutenção do corpo na mesma posição, elas eram colocadas em colchonetes, no chão. Entretanto, isso não favorecia nem pacientes nem fisioterapeutas, médicos e enfermeiros. Com o tatame, que lembra uma maca, os pacientes podem ficar na altura da cadeira de rodas, o que facilita a locomoção e o trabalho dos profissionais. Além disso, os tatames podem ser encaixados uns nos outros, enquanto a parte das costas pode ser levantada até formar um ângulo de 45º.

O terceiro finalista também é uma solução na área de saúde. Desenvolvido a partir de uma pesquisa realiza por Olga Pereira Bellon, Doutora em Informática, e Mônica Cat, médica neonatalogista, o FootScanAge: um sistema computacional para apoio a Neonatalogia tem o objetivo de aumentar a sobrevida de bebês prematuros. A idéia surgiu da constatação de que mães com pouco nível de instrução e adolescentes não fazem exames pré-natal. Quando o parto é pré-maturo, os médicos têm dificuldade em precisar a idade gestacional do bebê (IG), importante informação para a definição de procedimentos médicos. Nesse caso, são necessários exames extremamente invasivos.

O sistema computacional, já em uso no Hospital Clínico da Universidade Federal do Paraná, possibilita que os médicos descubram o IG da criança por meio da análise da superfície dos pés. As imagens são colhidas por borrão, o mesmo sistema de coleta da identidade do bebê e, em seguida, escaneadas e analisadas por computador. Os dados são arquivados em um prontuário eletrônico que contém todas as informações médicas do bebê. A precisão do IG permite procedimentos médicos mais adequados. Outra novidade é que todos os dados são arquivados em um prontuário eletrônico, o que possibilita acompanhamento mais rigoroso do caso. O sistema, além de reduzir o índice de mortalidade entre os recém-nascidos, diminui os gastos com a UTI neonatal.

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