São Paulo (AE) – Foram presos hoje, 34 dias depois da morte do corintiano Marcos Gabriel Soares Cardoso – em decorrência de um confronto entre torcedores rivais a caminho do Morumbi em dia de clássico – três palmeirenses indiciados por homicídio doloso, entre eles o presidente da Torcida Organizada Mancha Alviverde, Janio Carvalho Santos.
“A minha intenção é pedir logo a prisão preventiva dos três”, disse o delegado Ítalo Miranda Júnior, referindo-se a Santos, a Edmílson José da Silva e Alessandro Almeida Borges Ferreira. De acordo com o delegado, Edmílson é o agressor que aparece em vídeo carregando uma pá, com a qual agrediu Cardoso.
Os três prestaram depoimentos no 13.º DP da Casa Verde e foram transferidos para o 77.º DP de Santa Cecília, onde ficaram detidos com prisão provisória decretada. A prisão provisória de 12 dias dos três torcedores foi decretada pela juíza Silvia Maria Facchina Sposito Martines, do 5.º Tribunal do Júri, na sexta-feira. Santos disse que não passou a noite em casa, mas assim que chegou foi à delegacia imaginando que teria apenas de prestar depoimento, e não ficar preso.
“Não pode catar uma pessoa assim e prender como se fosse um bode expiatório. Eu dei toda a assistência à promotoria, dei o endereço de todos os torcedores que foram pedidos. Agora, dizer que você incitou à violência é um absurdo, eu nem estava lá, pô!”, disse.
A versão da polícia é bem diferente. “Ele recebeu um telefonema dizendo que torcedores da Mancha estavam sendo acuados por torcedores da Gaviões na Barra Funda. Então subiu ao palco da quadra, pegou o microfone e ficou mandando que os demais torcedores fossem para lá, onde estava o tumulto, para ajudar os amigos”, disse o delegado com base em depoimento de torcedores, ratificado por ligações anônimas para o Disque Denúncia.
A advogada Rita Rufino, que defende a Mancha Alviverde, não quis falar oficialmente antes que terminasse o depoimento de seus clientes, mas antecipou que estava ali apenas para defender Santos e Ferreira: “Nós nem conhecemos o Edmílson, nem o Paulo (Serdam, presidente de honra da Mancha) conhece ele.”
O delegado Ítalo preside dois inquéritos relacionados ao caso. O de agressão, contra o torcedor de 16 anos que acabou morto depois de dois dias de um confronto com palmeirenses, e o inquérito que apura as responsabilidades pelo atendimento médico. Hoje foi indiciado por homicídio culposo o médico Paulo Shigueru Ishikawa, responsável pelos primeiros socorros a Marcos Gabriel e que o liberou para ir embora.
Três palmeirenses são presos por morte de torcedor corintiano
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