Brasília – Cerca de 75% dos refugiados que estão no país são africanos, mas, nos últimos anos, o Brasil vem recebendo grande número de refugiados da Colômbia. De acordo com o secretário-executivo do Ministério a Justiça e presidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Luiz Paulo Teles, a acolhida aos refugiados colombianos tem aumentado devido aos conflitos entre as forças regulares, paramilitares e a guerrilha no país.
Segundo dados da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados, ACNUR, a Colômbia é também o país que tem o maior número de pessoas deslocadas, ou seja, que são forçadas a viver em outro local dentro do mesmo país. De acordo com a agência, o governo do país registrou 1,6 milhão de deslocados internos, porém as ONGs consideram que o número de deslocados chega a 3,4 milhões de pessoas.
A América Latina e o Caribe são a segunda região com maior quantidade de refugiados vivendo no Brasil, depois da África. Segundo Luiz Paulo Teles, esse número já foi maior em tempos de ditadura de países vizinhos, como no Chile, por exemplo. "Hoje 75% dos refugiados que vivem no Brasil vêm do continente africano", afirma ele. Eles são de países que enfrentam situações de conflitos constantes como Serra Leoa, Angola, Congo e Guiné Bissau.
No total, 28 países da América Latina ratificaram a Convenção de 1951 sobre o Estatuto dos Refugiados e/ou seu protocolo adicional de 1997. Ao final de 2004 mais de 10 mil refugiados viviam na Costa Rica, 8 mil no Equador , 4 mil no México e em quarto lugar aparece o Brasil com mais de 3 mil refugiados acolhidos vindos de 54 países.
Segundo a ONU, é considerado refugiado toda pessoa que é perseguida em razão de raça, nacionalidade, religião, opinião política ou que vive em regiões em situações de conflito e guerra que as façam buscar proteção em outros países.
Hoje (7) e amanhã o Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, visita o Brasil. Hoje ele foi recebido pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos e amanhã deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também com representantes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
