O excesso de carga nos caminhões prejudica seriamente toda a malha rodoviária brasileira. Por possuírem um limite de suportabilidade, as estradas acabam sofrendo deformações, fissuras e até rupturas no pavimento devido a essa prática. Além disso, trafegar acima do peso permitido prejudica seriamente a suspensão e o sistema de freios do caminhão e gera desgastes prematuros nos pneus, colocando em risco a vida do motorista e dos usuários das rodovias.
Segundo informações do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), existem 106 postos de pesagem em todo o Brasil. Destes, apenas quinze estão em operação para uma malha rodoviária de quase 60 mil quilômetros. De acordo com o Centro de Excelência em Engenharia de Transportes (Centran), órgão controlado pelo Exército e pelo DNIT, 77% dos caminhões cometem excesso de peso por eixo. Estradas que deveriam durar entre sete e dez anos têm sua vida útil diminuída para dois por causa do descontrole.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga no Paraná (Setcepar), Fernando Klein Nunes, o sobrepeso nos caminhões, além de prejudicar as rodovias, é uma forma de concorrência desleal com as empresas que trabalham corretamente, à medida em que as pessoas que trabalham irregularmente tiram faturamento dos demais caminhões.
Na opinião do presidente, a medida mais eficaz para combater tal prática é se criar uma política nacional sistemática para instalação de balanças rodoviárias, fixas e móveis, e punir rigorosamente aqueles que colocam excesso de peso nos caminhões. "Os embarcadores por sua vez, são responsáveis diretos pelo cumprimento da legislação de peso, pois as autuações são contra eles, caso se verifique o excesso. Por isso, não podem atribuir a responsabilidade ao transportador, que na maioria das vezes, não tem condições de verificar o peso carregado em seu caminhão", finaliza o presidente.