A fronteira com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai tornou-se rota preferencial do tráfico no Brasil e grande parte das armas que abastecem as facções criminosas do País, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), chega por essa região – a Tríplice Fronteira. O alerta faz parte do relatório da CPI do Tráfico de Armas, que está sendo arrematado para ser divulgado até o final deste mês. "É preciso uma posição firme do Brasil junto aos demais países para fechar essa porteira aberta ao tráfico", disse o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), membro da CPI.
O relatório, que será enviado aos governos dos países vizinhos para adoção de providências, trará indícios de que parte das armas contrabandeadas para o Brasil tem origem nos órgãos de segurança, inclusive nas Forças Armadas, do Uruguai, Argentina e Paraguai. A CPI constatou também que a maior parte da arma e munição contrabandeada é fabricada no Brasil mesmo, exportada para esses países e depois ‘reinternalizada’ por meio de rotas administradas por redes de traficantes.
Segundo Jungmann, a CPI montou um mapa completo das rotas usadas pelas redes de traficantes. A CPI vai apresentar um conjunto de propostas às Forças Armadas, às Polícias Federal e Rodoviária, ao Ministério Público e às três esferas do governo para desferir um golpe definitivo no crime organizado, sobretudo no tráfico de drogas e de armas na região do Cone Sul.