Traficante nega participação na morte de Tim Lopes

O chefe da Polícia Civil do RJ, delegado Zaqueu Teixeira, disse hoje que o traficante Renato de Souza Paula, o Ratinho, de 31 anos, preso ontem(26), teria confessado a policiais a sua participação na tortura e morte do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio  em junho passado. Na 22ª D.P., porém, o traficante se recusou a prestar depoimento.

Segundo um dos policiais que o prenderam, Ratinho teria dito que odiava o repórter, que o teria prejudicado ao veicular sua imagem, na matéria ?Feirão das Drogas?. ?Ele merecia morrer duas vezes?, teria dito a policiais do 20.º Batalhão (Mesquita). 

Ratinho teria contado aos policiais que estava com Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, quando ele recebeu um telefonema, informando que um homem havia sido capturado no baile funk da Vila do Cruzeiro e dizia ser jornalista. Era Lopes  que foi colocado no porta-malas de um Fiat Palio, e levado até a Grota, onde estavam Ratinho e Maluco. Ratinho disse ter reconhecido Tim Lopes no momento em que ele foi retirado do carro. Elias teria autorizado, então, que Ratinho iniciasse as torturas.

Também teria sido o traficante preso ontem o autor  do disparo contra a cabeça do jornalista. Segundo o chefe da Polícia, Ratinho também teria fornecido pistas sobre o paradeiro do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco.

Nada do que ele contou, no entanto, consta do depoimento formal prestado ao delegado Milton Siqueira Júnior, da 22.ª Delegacia de Polícia (Penha). Oficialmente, ele disse que falará sobre ocaso somente em juízo – um direito assegurado pela lei brasileira. O advogado de Ratinho, Paulo Cuzzuol, negou que seu cliente tenha confessado o crime.

Mas Teixeira insistiu. ?Ele (Ratinho) participou das sessões de tortura, contou com detalhes como foi sua participação. Essa prisão vai permitir que se avance sobre o Elias Maluco, porque ele (Ratinho) nos passou informações valiosas sobre onde ele está. Estamos fechando o cerco?, afirmou Teixeira.

O chefe de Polícia disse que, apesar de Ratinho não ter prestado depoimento formal, as informações passadas por ele podem ser usadas em juízo. Segundo Teixeira, os policiais que ouviram a confissão podem ser usados como testemunhas.

Ratinho foi preso na manhã de segunda-feira, quando estava em casa, na Favela da Grota. Ele assistia a um filme pornográfico com a namorada e uma amiga. O traficante não reagiu à prisão. Ratinho foi transferido na noite de ontem(26) para o presídio de segurança máxima Bangu 1. Ele já esteve preso na Casa de Custódia Jorge Santana, depois que foi denunciado na matéria ?Feirão das Drogas?, mas fugiu pela porta da frente.

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