Traças e cupins

Séria advertência a ser considerada por governantes que acabam de assumir os mandatos e, tomados de empolgação, bradam aos céus boas intenções que – aos borbotões – povoam os cemitérios.

Duas pesquisas divulgadas em novembro devem ser escrutinadas com interesse produtivo pelos novos governadores e seus secretários de Educação e Cultura. Uma realizada pela Associação Latino-Americana de Pesquisas e Ações Sociais, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e a outra pelo Programa de Promoção das Reformas Educacionais na América Latina e Caribe (Preal).

O resultado de ambas é assustador. As bibliotecas de escolas públicas do ensino fundamental não estão associadas a projetos de formação de leitores, professores não têm intimidade com os acervos e muitos livros ficam trancados nos armários.

A primeira pesquisa foi encomendada pelo Ministério da Educação e serviu, pelo menos, para o órgão resenhar um pacto a ser apresentado aos secretários estaduais e municipais para incentivar a leitura entre professores e estudantes. Na investigação em países da América Latina, a constatação é que políticas para educação e cultura, simplesmente, não são cumpridas. O único item privilegiado é o aumento de matrículas nas escolas públicas.

Com uma ironia que beira o sarcasmo, dir-se-ia que a multiplicação do acervo das bibliotecas escolares tem dado enorme contribuição ao desenvolvimento de traças e cupins.

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