O trabalho de educação ambiental para conservação da Floresta com Araucária, desenvolvido pelo Museu de História Natural de Curitiba, está concorrendo ao prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico. Curitiba disputa a etapa nacional na categoria Proteção do Patrimônio Natural e Arqueológico junto com outros trabalhos de outros estados.
Orientados por biólogos do Museu, a atividade de educação ambiental atende grupos de pessoas, estudantes, associações, instituições e a sociedade em geral, através de visitas às exposições internas e expedições externas. Por ano, são atendidos 12 mil pessoas das mais variadas idades e classes sociais.
Dentro das instalações do museu, o enfoque são os "Ecossistemas Brasileiros", onde dioramas (representações dos ambientes naturais), animais taxidermizados e plantas desidatradas compõem algumas das formações vegetais mais representativas do país. Nesses ambientes os grupos podem observar além da floresta com araucária, a composição da floresta tropical, cerrado, banhado e ambiente marinho.
"O destaque maior é para a floresta com araucária, ecossistema único no mundo, que cobria praticamente todo o sul do Brasil e que hoje, devido às ações antrópicas, encontra-se restrito a pequenos remanescentes seriamente ameaçados", explica a diretora do Museu, Gilda Tebet.
Depois do passeio interno, os visitantes partem para uma exposição ao ar livre denominada "No caminho das araucárias". Através dela, os grupos podem ter contato com um dos últimos remanescentes florestais de araucária ainda bem preservados.
Numa avaliação feita por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná foram identificadas no bosque árvores com mais de mil anos de existência, além de pinheiros e outros vegetais. São canelas, imbuias, pinheiros entre outras.
Uma trilha de ferro elevada transpões o interior do bosque. Ao longo de seus 400 metros de extensão os visitantes podem ainda observar 12 vitrines e diversos painéis que mostram os principais elementos da floresta e suas relações com a espécie humana.
Durante o percurso, os grupos são brindados com o espetáculo sonoro da grande diversidade de aves – 146 espécies cadastradas -, além de poder observar cutias, pequenos roedores que vivem livres no bosque.
Paralelamente, o Museu produz peça taxidermizadas que servem de empréstimos para instituições de ensino e pesquisa. O material didático serve para incrementar o trabalho de professores em sala de aula. Nos dois últimos anos foram emprestadas 4.477 itens.
Além da educação ambiental, o Museu de História Natural de Curitiba é referência nacional na área de pesquisa científica da área de zoologia. Nele estão abrigados importantes coleções. "Nosso trabalho é voltado à geração de conhecimento e de mudanças de valores, visando somar recursos humanos capazes de alcançar sustentabilidade nas ações ambientais", fala Gilda.
O projeto do Museu foi inscrito em junho, e o vencedor recebe o um prêmio no valor de R$ 10 mil para investir na continuidade do trabalho. O resultado será anunciado no final de agosto. Com sete categorias, o prêmio é um incentivo do Ministério da Cultura as ações de proteção, divulgação do patrimônio cultural brasileiro.