A aprovação do decreto legislativo na Câmara dos Deputados gerou uma reação de indignação nos setores que apóiam o porto público. Os sindicatos de trabalhadores portuários estão preocupados com a possibilidade de perder o mercado de trabalho, que seria uma prejuízo para os trabalhadores paranaenses e para a cidade de Paranaguá, disse o presidente dos Conferentes de Paranaguá, Carlos Antonio Tortato.
Os parlamentares também se posicionaram ao lado de Requião, por apoiarem o porto público, único que permite a cobrança de taxas portuárias mais baratas em relação à estrutura privatizada. Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), o porto paranaense tem as taxas mais baratas para exportação, o que permite que segmentos de produtores e de pequenas empresas possam se associar para exportar diretamente, sem a intermediação de grandes tradings que oneram o custo das exportações.
Para Tortato, a posição implacável do governador Roberto Requião em defesa do porto público está contrariando grupos poderosos, que utilizam a estrutura portuária, e estão transformando seus interesses particulares em mobilização social. ?Essa estratégia ficou evidente anteontem (07) quando a Câmara dos Deputados aprovou a suspensão do convênio de delegação para o Porto de Paranaguá?, afirmou.
Para o sindicalista, não há como não reconhecer os benefícios que a administração do porto público está promovendo na cidade de Paranaguá. São melhorias como a pavimentação em concreto das ruas da cidade, que antes estavam intransitáveis. Os investimentos em iluminação e higienização das instalações modificaram as áreas portuárias, observou Tortato.
?Hoje o porto está capitalizado e esses investimentos estão mudando o perfil de Paranaguá?, admitiu. Tortato conclamou todos os operadores portuários a se unirem em defesa de Paranaguá e não perderem tempo com interesses particulares que só prejudicam a imagem do porto no cenário externo. ?A exportação da soja transgênica é o grande pano de fundo de toda essa situação?, apontou.
Segundo Tortato, este é apenas um interesse de poucos grupos que não estão conscientes dos prejuízos que podem ocorrer se a concessão de porto público for perdida com a conseqüente privatização de Paranaguá.