Trabalhadores discutem ampliação do mínimo regional para sindicalizados

A mobilização das categorias de trabalhadores representadas por sindicatos na busca de pisos das categorias com valores iguais ao piso regional do Paraná em vigor desde maio deste ano foi o tema de debate nesta quinta-feira (6) em Curitiba com representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT). No Paraná, o piso regional foi aprovado em 12 de maio deste ano, e estabelece que o piso salarial no Estado varie entre R$ 427 e R$ 437,80. O maior valor do piso regional corresponde a 1,25% do salário-mínimo nacional em vigor (R$ 350,00).

O secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Emerson Nerone, afirmou que o piso regional não fica restrito às categorias sem representações. ?Se por um lado a Lei atende uma pequena parcela de trabalhadores, por outro ela passa a pautar as discussões do piso em outras categorias?, disse. Agora, segundo ele, nas discussões para acordos salariais, o mínimo usado como base é o piso regional. ?Esse é o caminho. Apesar do salário não se aplicar a todas as categorias, ele vai servir como base para novos acordos?, completou.

Para o presidente do Instituto de Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), José Moraes Neto, que também participou do debate, o salário-mínimo é uma forma de distribuição de renda, e o Estado deve arbitrar essa decisão. ?A distribuição de renda é uma questão política, e o Estado do Paraná decidiu por um salário-mínimo regional e pela distribuição mais uniforme de renda?, afirmou Neto. Ele argumentou que o aumento salarial não correspondeu ao aumento de produtividade constatado nos últimos tempos. ?A legislação vai garantir que o pouco ganho de produtividade gerado seja repassado para as pessoas que não têm dissídio salarial?.

Segundo o presidente da CUT-PR, Roni Barbosa, a Lei do piso regional em vigência só se aplica a trabalhadores não-sindicalizados. ?O que queremos é motivar uma campanha salarial entre os trabalhadores representados para elevar o salário de todos os trabalhadores, já que muitas categorias pagam um piso menor do que o piso regional aprovado no Paraná?, declarou.

O secretário-geral da CUT nacional, Quintino Severo, disse que o piso nacional não é uma luta para desmoralizar ou para menosprezar o salário-mínimo nacional, mas sim uma busca de igualdade e da elevação de todos os salários. ?Os pisos regionais são encaradas pela CUT como lutas para resgatar o salário-mínimo nacional?, afirmou ele. ?E outra luta é para que consigamos manter o poder de compra dos pisos regionais. Para que eles acompanhem o crescimento econômico?, completou Quintino.

Participaram do encontro representantes da Secretaria do Emprego, Trabalho e Promoção Social, Delegacia Regional do Trabalho (DRT), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), e Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

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