Os trabalhadores nas indústrias de panificação, confeitaria, biscoitos, massas e balas do Paraná fecharam acordo coletivo de trabalho nesta terça-feira (1), tendo como base o salário mínimo regional, sancionado pelo governador no dia 16 de maio. O piso estadual, o maior do país e que corresponde a 1,25 do salário-mínimo nacional em vigor (R$ 350,00), poderá atender até 600 mil trabalhadores, injetando R$ 66 milhões mensais na economia paranaense.
Pelo acordo coletivo, os encarregados de limpeza e serviços gerais das panificadoras, confeitarias e indústrias de massas e biscoitos têm os salários aumentados de R$ 376,35 para R$ 427,00, e os balconistas, de R$ 381,00 para R$ 437,00. Os demais trabalhadores, aqueles com salários superiores ao piso regional, terão reajustes que variam de 4 a 5%, dependendo a função. O aumento maior é para aqueles que trabalham na fabricação de massas e biscoitos.
Gilmar Servidoni, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Panificação, Confeitaria e Produtos de Cacau, Biscoitos e Massas de Curitiba e Região Metropolitana (STIP), disse que o acordo foi benéfico aos trabalhadores, ?uma vez que a classe patronal pretendia tão somente repassar para os salários o INPC ? Índice Nacional de Preços ao Consumidor ? do período, 3,34%, que se fosse aplicado teríamos salários de R$ 389,00 e R$ 394,00, respectivamente?.
Ao levarem para a mesa de negociação o piso regional, os trabalhadores tiveram um ganho extra entre R$ 33,00 e R$ 38,00 ou seja um reajuste médio de 15%. ?Com isso, sentimos que os trabalhadores ficaram satisfeitos, porque viram que o salário melhorou graças ao piso regional adotado pelo Governo do Paraná?, afirma Servidoni, que acredita que mais de 5 mil trabalhadores tenham sido beneficiados em Curitiba e Região Metropolitana.
Em sua opinião, o governador, ao adotar o salário mínimo regional, agiu corretamente porque o salário mínimo nacional, apesar do recente reajuste, encontra-se defasado. ?Nós os sindicalistas ligados as classes trabalhadoras vimos com bons olhos essa atitude do governo, que mais uma vez mostrou-se preocupado com a situação do trabalhador?, concluiu.
Primeiros beneficiados
A categoria beneficiada de imediato com o novo salário mínimo e uma das mais numerosas é a dos empregados domésticos. São 380 mil trabalhadores no Estado que prestam serviços a outras pessoas físicas como empregadas domésticas, caseiros, jardineiros, motoristas e até piloto de avião. Desses empregados, segundo a presidente do Sindicato dos Empregados Domésticos, Reginalda Oliveira, 85 mil têm registro em carteira.
No início de julho, foi a vez dos trabalhadores da Indústria de Fiação e Tecelagem de Curitiba e região e da Indústria da Panificação de Cascavel e cidades vizinhas serem beneficiados com acordo na negociação coletiva, como base no novo piso regional no Paraná. Nas indústrias de fiação e tecelagem, o piso da categoria, após período de trabalho de 120 dias, subiu de R$ 404,80 para R$ 446,60, um aumento de 10,33%. Nas indústrias de panificação da região Oeste, o piso salarial avançou de R$ 343,00 para R$ 439,00 (28%), após 90 dias de trabalho.