São Paulo ? Os trabalhadores brasileiros tiveram, em maio, o maior poder de compra da história para os itens que compõem a cesta básica. No mês passado, os trabalhadores gastaram, em média, 48,64% do salário líquido recebido para adquirir a cesta ? o maior índice dos últimos 24 anos. O dado é da pesquisa nacional da cesta básica, divulgada hoje (6) em São Paulo pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese).
De acordo com o Dieese, é a primeira vez desde 1982 que o assalariado gastou menos da metade do salário líquido recebido para adquirir a cesta, considerando a média do país. O resultado foi registrado em oito das 16 capitais pesquisadas pela entidade; nas restantes, esse percentual variou de 50,54% (Vitória – ES ) a 55,38% (São Paulo -SP).
O mês de abril registrou praticamente o mesmo índice (48,63%), mas o cálculo foi feito sobre o reajuste para R$ 350,00, que passou a valer em maio. Tanto em maio como em abril, o Dieese apurou que o trabalhador precisou trabalhar 98 horas e 49 minutos para adquirir a cesta.
Apesar do poder de compra recorde, a entidade calcula que o valor do mínimo deveria ser de R$ 1.503,70, ou seja, 4,3 vezes o salário mínimo atual, para suprir as necessidades definidas legalmente para uma família, que, além da cesta, incluem moradia, transporte, vestuário, saúde, educação, higiene, lazer e previdência.